CNN Séries Originais exibe relato exclusivo de suposta aliciadora de Saul Klein

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O programa CNN Séries Originais desta quinta-feira (27/5) apresentou o primeiro episódio da série documental “Caso Saul Klein: As Revelações Completas”. O conteúdo explora as denúncias contra o empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein. Ambos, pai e filho, são acusados de exploração sexual.

A equipe de reportagem passou três meses investigando o inquérito policial, que tem mais de mil páginas e reúne 22 denúncias de mulheres. Na série, estão presentes depoimentos anônimos de seis vítimas, além de relatos de advogadas, psicólogas e uma promotora de justiça envolvidas no processo.

As falas mais aguardadas – e exclusivas – eram de Ana Paula Fogo, que ficou em frente às câmeras pela primeira vez. Ela afirma que trabalhou 12 anos para o empresário e fazia parte do suposto esquema, administrando escalas e atividades das aliciadas. “Nunca quis fazer isso. Eu me importo [com as garotas]. Não tenho nem coragem de olhar para elas se for para o tribunal. Mas o maior desejo da minha vida é dar um soco na cara do Saul.”

O esquema

De acordo com Ana Paula, ela e a funcionária Marta Gomes da Silva eram as principais responsáveis por aliciar e cuidar das garotas. Isso porque o empresário era exigente quanto ao perfil. Deveriam ser meninas jovens – entre 16 e 20 anos –, magras, de pele branca e cabelo loiro ou castanho claro. Passar por dificuldades financeiras era um bônus.

As garotas eram chamadas para participar de eventos, sendo seduzidas por um bom cachê. No entanto, elas só descobriam a real intenção do convite posteriormente. Aquelas que se recusavam a ter relações sexuais com Saul eram persuadidas por Ana Paula a consumar o ato. Como consolação, o pagamento era inflado. “R$ 1 mil pulava rapidamente para R$ 3 mil”, disse uma das vítimas. 

A denúncia

Parte das garotas decidiram denunciar Saul Klein após uma das aliciadas se suicidar em setembro de 2020. Ela acreditava ter sofrido um aborto. O episódio ocorreu após fazer um ultrassom e receber medicamentos da ginecologista Silvia Petrelli, que atendia nos consultórios montados dentro das mansões do empresário.

Assim, 14 garotas se juntaram para denunciar Saul Klein ao grupo Justiceiras, que apoia vítimas de violência. Quando o caso ganhou notoriedade, mais 18 mulheres se uniram à causa. O empresário nega os abusos e diz que as relações foram consensuais. No entanto, afirma que sente atração por jovens e faz as vezes de “sugar daddy”.

A Defesa

No inquérito, a defesa de Saul Klein afirma que ele “jamais praticou crime algum e é vítima de atitudes inescrupulosas e criminosas que vem sendo contra ele praticadas há algum tempo.”

O advogado do empresário diz que ele é um “sugar daddy” que gosta de se relacionar com “sugar babies”. Segundo o inquérito, “ele não guarda segredo de seu profundo apreço pela companhia de mulheres jovens e atraentes, tampouco do prazer que sente por habitualmente exercer o papel de sugar daddy de todas elas.”

Próximo episódio

A segunda parte do conteúdo produzido pelo CNN Séries Originais vai ao ar na próxima quinta-feira, 3 de junho, às 22h30. Serão mostrados mais detalhes do caso, além de depoimentos do próprio Saul Klein.

Da Assessoria