O dia do livro é todo dia

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O livro é uma das coisas mais importantes de sempre  e que precisamos comemorar e divulgar todos os dias. 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro, este objeto mágico que pode trazer no seu interior um mundo de conhecimento, de fantasia, de imaginação. O guardião da história da humanidade, o registro de tudo o quanto o ser humano já fez neste mundão de Deus. O receptáculo de toda a inteligência do homem, até das teorias do que poderá vir a ser o futuro.

É bem verdade que não é tão popular quanto deveria, pelo menos no Brasil, pois ainda é caro para uma grande parcela do nosso povo, mas para quem gosta de ler há alternativas como as bibliotecas municipais, escolares, de clubes e associações, os sebos, etc. Neste ano de pandemia, quando foi preciso primar pelo isolamento social para prevenir a proliferação descontrolada da covid 19, a leitura foi e é uma das artes que nos ajuda a enfrentar tempos tão difíceis. Vendeu-se mais livros, notadamente pela internet, portanto estamos lendo mais. Pelo menos uma coisa boa resulta dessa tragédia mundial: passamos a ler um pouquinho mais.

E o avanço da tecnologia digital, o e-book, ou livro eletrônico, e os leitores eletrônicos – e-readers – ajudaram neste ano tão difícil, pois houve período em que tudo ficou fechado por meses, até as livrarias. A compra virtual foi uma opção valiosa. Vivemos, na verdade, uma revolução cultural. Há uma pequena legião de adeptos do livro electrônico, no mundo inteiro, embora o livro impresso continue firme na preferência de muitos. Até os mais ferrenhos defensores do livro impresso acabam se rendendo ao e-book, ao livro virtual, pois o trabalho acaba nos impondo o seu uso e acabamos aprendendo a usar os novos recursos. Sou revisor e editor, então acabei me acostumando a ler textos na tela do computador ou do tablet.

De qualquer maneira, o livro impresso, de papel, o tradicional livro como o conhecemos até agora continuará por muito tempo ainda. E por mais que ele mude, ainda continuará a se chamar livro e o objetivo de perenizar e divulgar a cultura e o conhecimento será o mesmo. Certeza é que o livro de papel pode conviver harmoniosamente com o livro eletrônico e vice-versa.

Com a tecnologia da informática a serviço da leitura, a tendência natural é que o hábito de ler se intensifique, pois além de muita obra disponibilizada em e-book na internet, de forma gratuita, além do livro tradicional e do livro digital, temos ainda o áudiolivro, que possibilita que os deficientes visuais sejam, também, consumidores de literatura. Aliás, o áudio é uma tendência em ascensão, há plataformas que disponibilizam programas de televisão, noticiários e toda uma gama de opções para se ouvir e a demanda é boa. Então ouvir livros já é uma realidade, não só para os deficientes visuais. Podemos “ouvir” livros enquanto dirigimos, enquanto caminhamos, corremos, fazemos exercícios físicos, etc.

Então talvez devamos comemorar tanta tecnologia a serviço da leitura, mesmo considerando que o livro físico, aquele que podemos folhear, rabiscar e ler sem dependência de nenhuma fonte de energia, a não ser a luz, que pode ser natural, e a vontade de ler, não será extinto. Ao contrário, ele continuará firme, mesmo com todas as outras formas de leitura que existem ou que porventura poderão vir a existir.

De maneira que rendo minha homenagem a esse objeto tão importante para o progresso das civilizações em todo o mundo. Vida longa para o livro, como quer que seja concebido.

 

Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 40 anos em 2020. http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

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