E os preços?

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Quem já viajou de avião se deparou com os elevados preços das comidas no aeroporto. Quem ainda não viajou pode ter a mesma experiência ao fazer compras no supermercado. Parece irônico, mas tem sido e triste realidade do brasileiro nos últimos meses. Itens da cesta básica e presentes todos os dias na mesa das famílias subiram a níveis assustadores.

Quem se lembra do preço da cenoura que chegou a R$ 15 reais em alguns estabelecimentos? E o tomate? Quantos preparados com esse legume ou fruta que acabaram virando comida de luxo. E o que falar do cafezinho, tão pequenino e ao mesmo tempo forte como o preço nas gôndolas?

Na lista do ‘rancho’ do mês ninguém escapou, nem mesmo a banana que sempre levou a piadinha de ser a mais barata. Mas a carne parece que liderou o ranking de reclamações e substituições. Fazer compras no supermercado tem sido um exercício de paciência para buscar os melhores preços e de criatividade para encontrar alternativas que se encaixem no bolso e no paladar.

Há mais de um ano, o Núcleo de Desenvolvimento Regional, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, tem acompanhado essa evolução dos preços dos alimentos. Mês a mês é divulgada a Pesquisa de Preços da Cesta Básica realizada nos estabelecimentos da cidade. A intensão é mostrar a variação de preços no período e entender quais fatores estão influenciando essa ‘montanha russa’.

Após dois meses de altas significativas no custo da cesta básica, a variação mensal no período entre abril e maio deste ano teve uma redução de 5,20%. E o tomate, que antes era tido como o vilão no setor de hortifrúti, apresentou uma redução de -30% no período, o que é responsável por grande parte da redução do índice geral de redução da cesta básica, de acordo com a pesquisa.

O feijãozinho, combinação perfeita com o arroz ‘nosso de cada dia’, também deu uma aliviada no valor da compra do mês. A pesquisa aponta que ele teve uma redução de -11,13% em Toledo em maio e vem apresentando reduções ao longo do último ano e nos últimos 12 meses apresentou uma redução de -8,58%.

Mas apesar das reduções, houve um aumento do índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses que foi de 24,40% e, somente no ano de 2022, a cesta básica de Toledo já aumentou 9,95%. Os responsáveis pela pesquisa citam que estas variações retratam uma perda significativa do poder de compra do consumidor.

Fatores climáticos, sazonalidade, câmbio e a guerra no leste europeu são alguns fatores que influenciam os preços nos supermercados e deixam a compra do mês tão cara quanto fazer um lanchinho antes do voo.

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