Mauro Picini Moda & Estilo 29/12/2020

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Tendências do Design para 2021. O que poderá ser marcante no Design?

COVID-19
O ano de 2020 foi marcado pela pandemia provocada pela COVID-19 e repercutiu diretamente na arquitetura e no design. Apesar de grandes exposições europeias que apontam as tendências serem adiadas para 2021, percebemos que novos hábitos impactaram no design de interiores, mobiliário e principalmente, numa nova visão do que é o mundo do trabalho e o morar.

O que ficará e o que desaparecerá?
A primeira questão é que muitos profissionais tiveram de adaptar seu espaço externo de trabalho na própria residência. O morar e o trabalhar exigiram novos paradigmas no design e na arquitetura e ainda, pelo próprio cenário da quarentena, muitas pessoas começaram a transformar seus ambientes também em espaços de relaxamento, descompressão e até encontrar novos locais para aumentar a presença de áreas verdes tais como jardins, hortas, vasos e floreiras.

Estudos apontam também que houve um aumento da produtividade. Existem dois fatores interessantes: o primeiro relacionado ao tempo destinado aos deslocamentos e congestionamentos das grandes metrópoles que foram transformados em horas mais produtivas. O segundo fator foi a descoberta de muitos serviços por aplicativo chegando pela intensificação das compras pela Internet e ainda, as inúmeras vídeo-reuniões e interações produtivas realizadas de forma remota, as quais não tiveram qualquer prejuízo perante as presenciais. Com isso, o espaço de morar ganha momentos significativos os quais muitos profissionais nunca tiveram ciência. No design, percebe-se uma procura crescente por móveis compactos e flexíveis, ou seja, durante o dia é a estação de trabalho. Terminada a jornada, o móvel se transforma ou oculta o pequeno escritório.

Além disso, os estudos mostram que trabalhar em casa pode melhorar significativamente a qualidade de vida, além de ser uma escolha realmente sustentável atrelada às macrotendências do século XXI. Esta crise mostrou às empresas que novas modalidades de trabalho são válidas mesmo de forma remota. Uma das tendências observadas é o encolhimento dos espaços empresariais e prestação híbrida de serviços presenciais e remotos, sem qualquer prejuízo de qualidade.

Com isso, os móveis devem ser cada vez mais confortáveis e ergonômicos. Quanto ao armazenamento de documentos de diferentes áreas profissionais, a cultura da digitalização veio para ficar. Os documentos em nuvem, publicações e certificações digitais impactam diretamente no armazenamento físico e ainda, facilitam o acesso de forma remota.

O design e a barreira sanitária
Outra tendência é que o hall de entrada, antes uma recepção decorada com espelhos, arte, tapetes e acessórios torna-se protagonista de um processo de higienização doméstica. Além da decoração, surgem móveis diminutos para acolher calçados, máscaras, vestuário, álcool gel, toalhas descartáveis e outros complementos que garantam uma barreira sanitária entre o espaço externo e a casa.

Os novos materiais de revestimento e superfície também ganharão cada vez mais destaque permitindo maior resistência à propagação de germes, vírus e bactérias por estruturas de nanotecnologia e até alguns com propriedades auto limpantes.

No design de cozinhas, lavanderias, lavabos e banheiros, dispositivos de automatização de equipamentos serão incorporados por meio de sensores, evitando-se o contato físico com os mesmos, assim como o acionamento de torneiras ou dispositivos funcionais ancorados em superfícies (bancadas, paredes, piso e teto).

Quantas mãos tiveram contato com botões de elevador e maçanetas?
Hoje, o acionamento de comando por voz é uma realidade em muitas casas, evitando-se cada vez mais o toque em superfícies e botões. A tendência é a intensificação desta tecnologia no design não só de uma residência como em edifícios residenciais e comerciais. No design assistivo, é uma macrotendência uma vez que pode auxiliar pessoas idosas que vivem sozinhas a solicitar uma ajuda.

Menos é mais
Novos olhares sobre o meio-ambiente e a sustentabilidade implicaram em mudanças significativas no cotidiano e no universo do consumo. A percepção muda em relação aquilo que era comprado e até que ponto gerava valor.

Será que após o período de pandemia, onde os olhares se detiveram em processos de produção e fabricação, as pessoas teriam coragem de consumir um produto produzido de forma irresponsável impactando o meio-ambiente?

Esta macrotendência é chamada de “A Nova Tendência na Sustentabilidade”. O conceito dos 5Rs do produto as fronteiras e impacta diretamente nos negócios e no design.

Concluindo, a pandemia também foi um momento de descobertas: podemos viver muito bem com menos. Novas ferramentas e dispositivos foram criados para facilitar a nossa vida e com isso, começamos a avaliar o propósito de habitar, viver e trabalhar e com isso, um design funcional, estético e adaptativo.

Marcia Holland – Graduada em Arquitetura e Urbanismo, Mestre e Doutora em Arquitetura e Urbanismo; Realizou inúmeros cursos de aperfeiçoamento na Universidade de Harvard (EUA), Universidade de Montreal (Canadá), Universidade de Salamanca (Espanha) e na State University of New York (EUA) e ainda Inteligência Artificial; É professora no Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia – IMT – Escola de Engenharia – Curso de Design; Escola de Engenharia e Escola de Administração etc.

Sobre o Instituto Mauá de Tecnologia
O Instituto Mauá de Tecnologia – IMT promove o ensino científico-tecnológico há 58 anos, visando formar recursos humanos altamente qualificados. Com dois campi localizados em São Paulo e São Caetano do Sul, o IMT conta com um Centro Universitário e um Centro de Pesquisas. O Centro Universitário oferece cursos de graduação em Administração, Design e Engenharia. Na pós-graduação, são oferecidos cursos de atualização, aperfeiçoamento, especialização (MBA) nas áreas de Gestão, Design e Engenharia. O Centro de Pesquisas desenvolve tecnologias para atender às necessidades da indústria e atua como importante elemento de ligação entre as empresas e a academia.

O Pix é realmente seguro? Novo sistema de pagamentos do Bacen possui diversas camadas de segurança para evitar fraudes

Com transferências realizadas 24 horas por dia, todos os dias do ano – incluindo finais de semana e feriados, o Pix mudou o jogo dos meios de pagamento, pois cada transação custa muito pouco. O novo sistema, além de ser muito rápido e ter uma disponibilidade nunca vista no mercado financeiro, é seguro e eficaz tanto para quem paga quanto para quem recebe. Desde que foi anunciado pelo Banco Central, em fevereiro de 2020, a novidade já era esperada com grande expectativa pelo mercado de pagamentos brasileiro e, até o momento, a espera valeu a pena. Sua estreia oficial aconteceu no último dia 16 de novembro, e desde então, as operações bancárias ganharam uma nova velocidade e disponibilidade.

O Banco Central divulgou um manual de segurança, com todos os requisitos que os bancos e demais instituições de pagamento devem seguir para evitar fraudes. Em resumo, todas as transações e dados dos usuários precisam ser protegidos por suas medidas de segurança principais: a criptografia e a autenticação. “Os protocolos de segurança do Pix são os mesmos que para TEDs e DOCs, só que a nova modalidade possui ainda mais camadas segurança que são oferecidas pelas próprias instituições, pois elas usam os recursos como reconhecimento facial e biometria disponíveis nos smartphones”, explica Renata Alba, Gerente de Risco e Compliance e Jurídico da fintech Juno (www.juno.com.br), especializada em desburocratização de serviços financeiros.

Outro aspecto de segurança que o Bacen aponta é que o Pix substitui com tranquilidade a necessidade de dinheiro vivo em transações simples, como realizar compras no comércio, o que significa que os clientes não vão mais precisar carregar moedas e cédulas, diminuindo as chances de assaltos, por exemplo. “A primeira coisa que dá pra gente dizer é que a ideia do Pix é substituir o dinheiro em papel e isso por si só já é um movimento que traz mais segurança para o usuário final, que não vai precisar sair com dinheiro na carteira, evitando assaltos” afirma Marta Savi, responsável pelo Regulatório e Compliance da Juno.

Renata explica que por ser um sistema do próprio Banco Central, os processos de segurança envolvidos para que as instituições possam operar com o Pix são muito mais criteriosos do que em outros meios de pagamento, como o cartão de crédito, por exemplo. “É importante trazer também que as instituições que vão trabalhar como participantes diretos, como a Juno por exemplo, elas têm que ser autorizadas pelo Banco Central, e elas também tiveram que passar por todo um processo de homologação para poder oferecer Pix para seus clientes. Então foi um processo bastante longo, envolveu áreas de tecnologia, integrações, testes, e também a parte regulatória. Tudo isso para garantir a segurança do usuário e do comerciante que vai receber pagamentos por Pix”, ressalta a especialista.

Os participantes do Pix podem ser diretos ou indiretos. Entenda suas principais diferenças:
Participante direto: os participantes diretos são as instituições autorizadas a operar pelo Banco Central. No sistema de pagamentos instantâneos do BC, o participante direto oferece uma conta transacional para o usuário final que, para fins de liquidação, é o titular da conta.

Participante indireto: é a instituição que também oferece uma conta transacional para o usuário final, mas que não é titular da conta de Pagamentos Instantâneos no Banco Central nem possui uma conexão direta com o SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos). Esse tipo de participante utiliza os serviços de um liquidante no SPI com o objetivo de liquidar pagamentos instantâneos.