Delivery: uma modalidade que ganha cada vez mais adeptos

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A pandemia da Covid-19 fez crescer significativamente o mercado de delivery. Essa modalidade de compra e entrega envolve artigos de vestuário, medicamentos, alimentos entre outros que se adequam a prática. Ganha o empreendedor que consegue manter o negócio ativo diante das restrições de atuação – que são mais ríspidas diante do aumento do número de casos da doença – e os consumidores que não deixam de ser atendidos e conseguem receber o pedido no conforto do lar.

Um dos segmentos que mais investiram nessa modalidade é o ramo gastronômico. O gerente de um estabelecimento do setor, José Gonçalves, destaca que a modalidade permite que manter o faturamento diante de tantos impasses que ocorrem desde março do ano passado.

“Já trabalhávamos com entrega, mas a chegada da pandemia fez com que tivéssemos que pensar em novas estratégias para manter o negócio ativo e não perder clientela”, destaca Gonçalves. “O primeiro passo foi contratar mais entregadores, investimos em embalagens mais reforçadas, opções em isopor para manter a temperatura, com as divisórias para que o pedido chegasse em perfeito estado até o cliente. Tudo para manter o padrão de qualidade que a clientela encontra ao ir consumir o alimento no local”.

Outra medida adotada, segundo o gerente, foi adequar o cardápio. Ele conta que antes da pandemia as opções para a delivery eram diferentes. “Estudamos todo o cardápio e ampliamos as opções, pois estávamos recebendo pedidos que não contemplavam a entrega e para melhor atender os clientes fizemos as adequações necessárias”, declara.

APLICATIVOS QUE OTIMIZAM O TRABALHO – Com o aumento dos serviços por delivery, Gonçalves relata que no início estava complicado atender toda a demanda sem que ocorresse algum empecilho no processo. Ele relata que o pedido precisa ser exato e envolve diversas informações adicionais como endereço, forma de pagamento, além da previsão de horário de entrega.

“Como a entrega foi aumentando e a ideia é manter ativo e com qualidade esse serviço, buscamos formas de melhorar isso, por isso, optamos em contratar um serviço de aplicativo exclusivo para atender essa clientela. Foi um investimento que surgiu resultados positivos e foi muito bem aplicado. Caso o cliente ainda tem alguma dúvida ainda temos um número disponível para atendimento e um colaborador que repassa os pedidos para a cozinha e para o entregador para que todo o processo seja devidamente monitorado e atenda a expectativa do cliente”.

ALIMENTAÇÃO – A assistente técnica, Clara Antunes, relata que já costumava pedir o jantar por delivery, mas ampliou as compras nessa modalidade após a chegada da pandemia. “Passamos a fazer as compras do supermercado pelos aplicados das lojas, medicamentos e solicitar condicionais de roupas e calçados também. É um serviço prático já direcionado com aquilo que a gente precisa. Ainda não sabemos como será o futuro em relação a pandemia e o fim das restrições, mas mesmo depois que tudo melhorar, iremos continuar com as compras nessa modalidade”.

Clara comenta que as empresas que oferecem esses serviços ganham mais espaço e adeptos. Além disso, pretende comprar cada vez mais nessa modalidade. “Aqui em casa o produto campeão de entrega é a pizza. Ela é um alimento que já era pedido em casa muito antes da pandemia, pela praticidade, por combinar muito bem com família e filme, enfim, porque gostamos. A pizza continua em primeiro lugar, mas não damos preferência para apenas um restaurante, pois sabemos que neste momento de crise todos precisam de ajuda”.

CONFECÇÃO – A vendedora de uma loja de confecção, Tania Gabrielli, relata que trabalhar com delivery nessa ramo exige ter contato mais direto com o cliente. Ela pontua que esse tipo de atendimento exige ainda mais percepção quando é a primeira compra da pessoa.

“Quando já é um cliente conhecido já sabemos a numeração e conhecemos o gosto, isso facilita agradar e atender a expectativa. Já quando é uma pessoa que nunca atendemos é preciso ter mais informações que vão muito além do tamanho, pois envolve outros gostos como preferência por textura de tecido, tabela de cores, customização, entre outros aspectos”, cita a vendedora.

Tania pontua que para que o atendimento delivery seja satisfatório no ramo da confecção a tradicional prática do envio de ‘condicional’ é uma ação que traz resultados nas vendas e agrada a clientela. Ela salienta que é diferente de escolher as opções específicas de um cardápio de lanches, por exemplo.

“O condicional não é uma novidade, mas ganhou muita força desde o início da pandemia. Antes ele era solicitado pela falta de tempo da cliente, ou pela comodidade de provar as peças em casa, mas com a pandemia, a prática foi a alternativa para fazer com que as roupas chegassem até a clientela”.

Por se tratar de peças de roupa, o processo de higienização é mais rigoroso. A vendedora comenta que sempre que retorna a bolsa do condicional tudo é devidamente esterilizado. “Precisamos cuidar da nossa saúde e da do outro também. Se todos se ajudarem e forem conscientes podemos seguir com o trabalho, com o sustento e gerando economia”, destaca.

O INÍCIO

No Brasil, conforme a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o mercado do delivery começou a se popularizar após as mudanças de hábitos da população. A rotina de trabalho, o trânsito caótico nos grandes centros e a falta de tempo foram fatores que alavancaram o crescimento deste tipo de serviço. Outros fatores que contribuíram foi o acesso facilitado da internet. Em 2011, surgiram os primeiros aplicativos de delivery no país. Desde então a modalidade ampliou os nichos de mercado e tem ganhado mais adeptos.

Da Redação

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