Uso excessivo das redes sociais coloca em alerta saúde emocional

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Neste período de pandemia, a internet continua sendo uma importante ferramenta de aproximação de quem está longe. Contudo, ela também pode criar imensas barreiras entre aqueles que residem na mesma casa. Se antes, muitas famílias reclamavam daqueles que não saiam da internet, com as restrições e as recomendações de sair de casa somente se primordial, mais gente está ‘confinada’ e acaba abusando do uso das telas.

“As pessoas têm ficado mais ‘presas’ as redes sociais”, alerta o psicólogo, Sílvio Vailão. “Acompanhar a rotina dos outros passou a fazer do cotidiano daquele que tem ficado mais casa. Isso não é ruim desde que não interfira na vida como um todo, isso no sentido de interferir nas tarefas diárias, no lazer, no convívio familiar e no emocional, ao avaliar que a vida do outro é melhor. Estar muito ligado as redes sociais pode ser um indicativo de que a saúde emocional não está muito bem”.

O profissional comenta que a população sabe reconhecer a importância e os benefícios da tecnologia. Ele destaca que as ferramentas são cada vez mais utilizadas e têm maior representatividade no cotidiano, contudo, é preciso aprender a ponderar. Vailão acrescenta que como as pessoas ainda estão restritas a prática de diversas atividades é importante saber administrar o tempo livre e não ficar ‘refém’ dos atrativos da internet.

“Quando falamos de uso racional da internet, a referência é a utilização para o fim proposto, seja para trabalho, pesquisa, entretenimento. Existe muita gente que se envolve pelos atrativos das mídias sociais e esquece o mundo ao redor. Isso faz perde o foco, perde o foco nos estudos, perde o foco no trabalho, ainda mais em tempos de home office em que a internet é ferramenta fundamental para a realização das atividades, perde o foco na pessoa que está ali sentada ao lado, aquela que pede atenção e é ignorada”, alerta.

UNIVERSO PARALELO – O psicólogo retrata que ‘nem tudo é o que parece ser’, por isso, é preciso discernimento quanto ao uso das redes sociais. “Essa necessidade excessiva de estar sempre conectado para acompanhar a vida do outro, ou expor a própria rotina, pode estar associada a algum tipo de problema psicológicos. As pessoas mais dependentes podem apresentar distúrbios como angústia, tristeza, ansiedade ou depressão”.

Usar as mídias sociais como uma válvula de escape, de acordo o profissional, pode ser um dos indicativos de problemas relacionados a solidão, baixo autoestima, depressão, entre outros distúrbios síndromes emocionais. Ele alerta que é como se na rede as pessoas pudessem viver em um universo paralelo, uma porta para fugir da realidade e ter outra vida.

USO RACIONAL E PRODUTIVO – “Este período de combate a pandemia não tem sido fácil. São muitas dúvidas, perdas, instabilidade financeira, saudade de quem está longe, não tem como descrever os problemas, pois cada um tem suas batalhas diárias. As relações interpessoais sofrem diversas mudanças alterações com a chegada da tecnológico e do apelo das redes sociais. O momento é de fortalecer os vínculos de quem está próximo, do convívio e de usar essas ferramentas tecnológicas com sabedoria e para aproximar quem amamos”, declara.

Da Redação

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