A mudança de carreira deve ser feita com cautela e planejamento

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Quando a profissão escolhida já não motiva mais e o retorno não está dentro das expectativas, é hora de repensar os propósitos de vida e, se necessário alterar o trajeto. Porém, mudar de carreira não é uma decisão fácil. Requer estudo e muito planejamento.

A consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Mariana Carvalho, comenta que essa mudança pode favorecer muito o empreendedor e o mercado. No entanto, é preciso observar que comportamentos, características e conhecimentos adquiridos podem favorecer essa nova escolha. “Inclusive, na maioria das vezes, esse olhar para novas escolhas vem das oportunidades identificadas na carreira que a pessoa está hoje”.

Antes de trocar anos de estudo e investimento financeiro, por uma nova carreira, é necessário identificar alguns sinais que o atual negócio pode indicar que uma mudança pode ser bem vinda. Mariana cita pelo menos três deles: financeiro, mercado e gestão. “Às vezes as pessoas só olham o faturamento e não está como elas imaginavam. Mas, comparado a quê? Além do lado financeiro, elas devem analisar a presença de mercado e da conversão de clientes além do conhecimento que tem no ramo”, cita.

A consultora enfatiza também que antes da mudança de área é importante analisar as dez principais características do comportamento empreendedor que trabalha muito em uma solução chamada Empretec que vai desde a busca de oportunidade, iniciativa, persistência, planejamento, correr risco calculado. Mas tem um item muito importante que é o estabelecimento de metas.

“Quando esse desejo vem antes de ver os resultados é porque o empreendedor não estabeleceu a meta, não definiu um prazo, não sabe quando isso vai acontecer. É preciso fazer essa análise para entender se continua com o negócio ou se vai vende-lo. Se vai fechar essa empresa totalmente ou não. Se esses indicadores e metas estão bem definidos. Por isso é preciso entender o perfil empreendedor”, cita ao complementar que o Sebrae, de maneira gratuita, consegue analisar o perfil do empreendedor: se é tradicional, inovador, metódico, sistemático ou arrojado “Tudo isso influencia nessa mudança. Conhecer o seu perfil é muito importante”.

NECESSIDADE – No período da pandemia e da crise econômica, muitas pessoas ficaram sem renda. Com a necessidade de empreender, a consultora do Sebrae conta que muitas trabalhadores entraram nos ramos de maior tendência de mercado, porém não necessariamente a área de afinidade e de conhecimento. “Muitas pessoas estavam entrando num negócio que naquele momento era tendência, que conseguia clientes mais fácil, conseguia alavancar fácil, mas que também exige um esforço muito grande do empreendedor que está do outro lado. Agora com uma tranquilidade em relação a pandemia, esse empreendedor pode trocar de segmento focando um pouco mais nas outras habilidades que tem”.

MOMENTO IDEAL – Não existe um momento mais seguro ou assertivo para o empreendedor mudar de carreira. Mariana pontua que se existisse um momento mais adequado para ter esse olhar, é quando o empreendedor sentir que já atingiu todos os indicadores, todas as conquistas máximas dessa área onde está e que essa troca de carreira não está vinculada a resultados a curto prazo. “Se a troca de carreira está vinculada a ganhar dinheiro rápido, em querer fazer a marca crescer rapidamente, se os resultados que se espera com uma troca de carreira são resultados imediatos, tem um risco maior se esse é o objetivo”.

A mudança de carreira é motivada por objetivos. O empreendedor já pode ter alcançado os objetivos na atual carreira e quer novos desafios; não alcançou os resultados esperados; ou até mesmo apresenta esgotamento profissional. “É preciso analisar se a nova área atinge os objetivos que o empreendedor quer. Se a área atual não está dando resultados, deve-se planejar quais serão os resultados para ver se a nova área vai trazer isso”, explica Mariana.

Todas as áreas podem dar muito dinheiro, todas as áreas podem te dar uma grande marca e percepção de mercado, mas vai muito do posicionamento estratégico que o empreendedor quer ter, concorrência que já existe nessa área, se existe uma outra empresa do segmento que está se posicionando estrategicamente da maneira como o empreendedor gostaria. “Há várias estratégias que podem ser feitas na área de atuação e na nova também”, conclui a consultora do Sebrae, Mariana Carvalho.

Da Redação

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