Setembro Verde: Hoesp/Hospital Bom Jesus tem 84% de taxa de aceitação

Estimated reading time: 6 minutos
As famílias que dizem sim para a doação de órgãos integram a rede que ajuda a salvar vidas. Setembro Verde é o mês escolhido para enfatizar a conscientização e o incentivo para a doação de órgãos. A Hoesp/Hospital Bom Jesus de Toledo continua como referência no Paraná no que se refere a taxa de aceitação no processo de doação de órgão.
Dados da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) apontam que – de janeiro a agosto deste ano – a equipe realizou 12 entrevistas (famílias consultadas) e, destas, teve a aceitação de dez, ou seja, dez famílias optaram pela doação – o que resulta tem 84% de aceitação.
“O Setembro Verde é um mês alusivo as ações relacionadas a doações de órgãos”, cita o enfermeiro coordenador da CIHDOTT, Itamar Weiwanko. “É muito importante que também seja lembrado daqueles pacientes que receberam órgãos e principalmente das famílias que acabaram falando o sim para o processo de salvar vidas no momento da dor, no momento delicado da perda do seu ente querido”.
- Acompanhe nossa página do Jornal do Oeste no Instagram
- Entre no canal de notícias do Jornal do Oeste no Telegram
- Mantenha-se atualizado no grupo de WhatsApp do Jornal do Oeste
Segundo Weiwanko, o Hospital Bom Jesus tem números expressivos e essa média tem sido mantida ao longo dos 19 anos da CIHDOTT. “Temos números que acabam sendo destaque a nível nacional. O Hospital Bom Jesus acaba auxiliando não só pessoas, aqui internamente com os seus tratamentos, mas também outras pessoas com o fechamento do protocolo, o diagnóstico, a entrevista e a distribuição dos órgãos a nível nacional”.
ABORDAGEM – É em um momento de dor que a família é abordagem. A CIHDOTT do Hospital Bom Jesus é composta por uma equipe multidisciplinar que executa com empenho e dedicação todas as etapas que envolvem a doação e a captação de órgãos. Esses profissionais estão em constante capacitação – se atualizando anualmente nas questões do processo com base no protocolo que é instituído pelo Sistema Nacional de Transplantes e focados na aplicação das diretrizes e normativas impostas por essas legislações – para que cada vez mais possam executar tal missão com compromisso necessário.
Após o diagnóstico concluído, acontece a abordagem e são os familiares em primeiro grau que podem autorizar a doação dos órgãos. O Hospital atende todas as exigências legais do processo.
De acordo com Weiwanko, a família precisa ter segurança e confiança. A equipe executa todo o atendimento pré-hospitalar ético, profissional, humanizado que traga tal confiança para os familiares poderem falar o sim, pois a doação é um ato de solidariedade ao próximo, é uma forma de ajudar a salvar outras vidas.
- Acompanhe nosso canal de notícias do Jornal do Oeste no YouTube
- Siga nosso canal do Jornal do Oeste no TikTok
- Curta nossa página do Jornal do Oeste no Facebook
DIAGNÓSTICO – A morte cerebral é irreversível. Uma vez constatada a morte encefálica, os familiares do paciente são informados e devem tomar a decisão de doar ou não os órgãos do ente querido. Trata-se de um gesto grandioso e que poderá salvar ou melhorar significativamente a vida de alguém.
Para chegar nesse diagnóstico são necessários exames clínicos realizados por médicos diferentes, para confirmar a ausência permanente de função do tronco cerebral; um teste de apneia, para comprovar a ausência de movimentos respiratórios; e um exame complementar para confirmar a ausência permanente de função cerebral. Essa série de exames clínicos realizados pela equipe médica, de laboratório, complementar devem confirmar se o paciente está – realmente – com morte encefálica.
CAMPANHA – Instituído pela Lei Federal nº 11.584/2007, 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Durante todo o mês, estados e municípios promovem campanhas dedicadas à conscientização e sensibilização sobre o tema. Além do Setembro Verde, comemorado internacionalmente, a Lei Estadual nº 18.803/2016 instituiu o Setembro Vermelho como o mês dedicado às ações de esclarecimento e incentivo à doação de órgãos e tecidos no Paraná.
NO ESTADO – O Paraná se mantém como um dos estados com o maior volume de doação no Brasil, com uma média 94% superior à nacional. Em 2015, o Estado ocupava a quinta posição no ranking da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Nos anos de 2023 e 2024, com 42,5 e 42,3 doações por milhão de população (pmp), respectivamente, o Paraná foi líder em doação. Nos primeiros seis meses de 2025, conforme relatório da ABTO, o Paraná atingiu a marca de 37,9 doações por milhão de população, enquanto no país esse índice é de 19,5.
- Acompanhe nosso canal de notícias do Jornal do Oeste no YouTube
- Siga nosso canal do Jornal do Oeste no TikTok
- Curta nossa página do Jornal do Oeste no Facebook
De acordo com dados parciais de 2025, o Paraná ocupa a segunda colocação entre os estados brasileiros com o maior volume de doação de órgãos, ficando atrás somente de Santa Catarina, com 42,4 pmp. O Paraná segue à frente de estados como Rondônia (30,9 pmp), Rio de Janeiro (23,2 pmp), Mato Grosso do Sul (22,7 pmp) e São Paulo (22,5 pmp).
“O Paraná é um Estado que continua sendo referência também como líder nesse processo. No ano de 2025, o Paraná de janeiro a julho acabou fazendo 441 transplantes. Foram 20 corações transplantados, 159 fígados, 254 rins, seis pâncreas, entre outros órgãos. Contudo, a fila de espera do Estado é preocupante, pois atinge o número de 4.690 pacientes aguardando por um órgão”, pontua ao enfatizar a importância em falar sobre o assunto.
Da Redação*
TOLEDO
*Com informações da AEN