Agosto Azul: campanha enfatiza importância do cuidado com a saúde do homem

Por Jornal do Oeste Publicado em 08/08/2025 - 15:00 Atualizado em 08/08/2025 - 15:32

O foco da campanha também é na prevenção de agravos evitáveis, como insuficiência cardíaca, diabetes, hipertensão e outras comorbidades Crédito: Janaí Vieira/Arquivo JO

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Incentivar os homens a cuidarem da própria saúde é um dos focos da campanha Agosto Azul. No Estado, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) já lançou a edição 2025 com o foco na prevenção de agravos evitáveis, como insuficiência cardíaca, diabetes, hipertensão e outras comorbidades que continuam impactando significativamente a saúde da população masculina.

O Agosto Azul é mais um mês de campanha voltada a conscientização. A campanha é uma oportunidade para que cada vez mais homens cuidem da saúde, também com o intuito de quebra tabus de que cuidar da saúde não é um sinal de fraqueza, mas sim de compromisso com a própria vida.

“Apesar do aumento da expectativa de vida entre 2000 e 2018, os homens ainda vivem 7,1 anos a menos que as mulheres”, aponta o médico nefrologista e intensivista, Fernando Roberto Roman. “Estudos epidemiológicos demonstram que os homens morrem mais do que as mulheres, na maioria das causas de óbitos e em todas as faixas etárias até 80 anos. As causas de óbitos são diferentes, conforme a etapa da vida do homem, sendo relevantes as causas externas, como os acidentes por meio de transporte, os homicídios, os suicídios e as agressões”.

Em relação as causas naturais, o médico cita que o risco de homens morrerem por doenças crônicas não-transmissíveis, principalmente por doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas, é de 40% a 50% maior em relação às mulheres, relacionados a fatores genéticos (próprios do sexo masculino). “Contudo, também há hábitos de vida com sedentarismo (falta de exercício físico), fumo e consumo exagerado de álcool, além da obesidade, pressão alta e diabetes mal controlados”.

QUESTÕES CULTURAIS – Outro ponto de destaque para o maior risco de morte entre os homens estão as questões culturais que envolvem tendências à exposição a riscos, associação da masculinidade à invulnerabilidade e também a própria educação familiar, a qual orienta o homem para um papel social de provedor e protetor.

“Essa cultura tende a gerar modelos masculinos pouco aderentes às práticas de autocuidado e pode estimular o comportamento agressivo, violento e de descuido com ele mesmo. Diferente das mulheres que tem já na adolescência contato com serviços de saúde – por conta das consultas ginecológicas periódicas que geram a cultura do cuidado preventivo por parte destas, muitos homens acreditam que visitas médicas periódicas só são necessárias após os 50 anos, para prevenção do câncer de próstata”, aponta.

O médico aponta que essa ‘cultura do cuidado’ foi por muito tempo relacionada à ‘fragilidade’ atribuída ao sexo feminino, o que pode ter gerado a ideia errônea para o homem de que procurar o médico para cuidar-se, prevenir doenças quando está saudável, é somente para as mulheres, sendo inclusive sinônimo de fraqueza.

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HÁBITOS SAUDÁVEIS – “No entanto, aos poucos, este pensamento está mudando. No Brasil temos atualmente a Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) que pretende estimular ações integrais de prevenção no público masculino de forma global, abordando vários fatores de risco para a saúde masculina, que vai além do cuidado com a próstata”, alerta.

O profissional destaca que são importantes as ações para controle de hábitos de vida danosos como o fumo e a ingestão excessiva de álcool, controle com o peso e estímulo a atividade física regular (ao menos 30 minutos 5 dias na semana). Além disso, é primordial a realização de consultas e exames anuais visando o diagnóstico e tratamento precoce de doenças, principalmente, porque o público masculino é o que tem maior risco de doenças cardíacas e circulatórias que são a principal causa de morte no mundo.

“Outros exames como dosagens de colesterol e triglicerídeos, PSA, exame de creatinina e exames hepáticos podem ser recomendados conforme a avaliação individual de cada paciente. A mensagem é que todos precisam ter consciência que o tempo dispendido com o cuidado preventivo à saúde vai reverter-se em longevidade e qualidade de vida tanto para o homem como para sua família e trará benefícios no seu ambiente de trabalho e na sociedade como um todo”, reforça o médico.

Ações preventivas

Vale para todo homem as seguintes recomendações do Ministério da Saúde para procurarem anualmente seu médico e tomarem as seguintes ações preventivas:

• Aferir a pressão arterial;

• Coletar exames laboratoriais básicos: Hemograma completo, exame de urina, exame de fezes (para alguns pacientes selecionados), teste de glicemia;

• Atualização da carteira vacinal;

• Verificação do perímetro abdominal e Teste de IMC.

FONTE – https://www.gov.br/saude

Da Redação

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