Reuniões com Aproltol e Assuinoeste encerram agenda aberta com o prefeito

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Com dois encontros realizados na tarde desta terça-feira (29), a Prefeitura de Toledo concluiu a rodada de reuniões com entidades representativas do setor agropecuário local. A agenda, aberta ao longo da última semana, reuniu lideranças das principais cadeias produtivas do município, dentro da programação da Semana do Agricultor – coordenada pela Secretaria de Agricultura e Proteína Animal (Smap).

Ambos os encontros ocorreram na Sala de Reuniões do Gabinete do Prefeito, onde foram recebidas representantes da Associação de Produtores de Leite de Toledo e Região (Aproltol) e da Associação Regional de Suinocultores do Oeste (Assuinoeste). A proposta das conversas foi clara: criar um canal direto para escuta ativa e busca de soluções que fortaleçam o agro toledano, que tem papel decisivo na economia do município.

Representando a administração municipal, participaram o prefeito Mario Costenaro, o vice-prefeito Lucio De Marchi, o secretário da Smap, Luiz Carlos Bombardelli, e a diretora de Desenvolvimento Agropecuário e Abastecimento da pasta, Daliana Uemura. No segundo encontro, juntaram-se à equipe o chefe de Gabinete, Reinaldo Sales, e o secretário de Planejamento, Habitação, Urbanismo e Mobilidade, Ronald Drabik.

Durante as reuniões com representantes do agro toledano, o prefeito destacou a importância do diálogo direto com os produtores para a construção de soluções viáveis, tanto do ponto de vista legal quanto orçamentário. “Esse relacionamento próximo tem sido a tônica desta gestão, ouvindo as dores dos produtores, com quem fazemos questão de dividir os méritos de termos, pelo 12º ano consecutivo, o maior VBP [Valor Bruto da Produção Agropecuária] do Paraná”, destaca Mario. “O homem e a mulher do campo são os verdadeiros protagonistas desta história e merecem receber sempre os parabéns, não os gestores, que, cada um à sua maneira, também contribuíram para a evolução do nosso agro”, declara.

O secretário de Agricultura e Proteína Animal, avaliou como histórico o ciclo de reuniões promovido pela Prefeitura de Toledo com entidades do agronegócio local, com todas as principais cadeias produtivas (suinocultura, avicultura, piscicultura, pecuária leiteira e produção de grãos) tendo espaço para expor suas demandas. “Foi um momento inédito, porque todos os setores puderam trazer suas demandas, conversar com o prefeito, dialogar sobre as dificuldades dos setores e alinhar algumas alternativas”, relata. “O município deve agora atuar em múltiplas frentes, conforme o grau de complexidade de cada pauta apresentada. Algumas são mais fáceis de executar, outras exigem médio ou longo prazo, mas nós vamos trabalhar em todas as frentes buscando as alternativas”, pontua.

APROLTOL – A primeira reunião desta terça foi com os representantes da Aproltol, liderados pelo presidente Saul Zeuckner, que veio acompanhado secretário (Celso Rekowski), pelo segundo secretário (Leandro Carniel), pelo médico veterinário que integra o corpo técnico da entidade (Alexandre Canti) e pelo produtor rural Valdir Rossetto. Entre as reivindicações apresentadas pela entidade, destacam-se a criação de um orçamento exclusivo para a pecuária leiteira, a reestruturação do programa de melhoramento genético e o incentivo à instalação de novas indústrias de laticínios em Toledo. A entidade também solicitou a implantação de um centro de difusão de tecnologias; a recriação da Expo Toledo, voltada exclusivamente ao agronegócio; e apoio para construção de uma sede própria com estrutura para armazenagem de insumos. “A questão da nutrição compromete entre 65% e 70% do custo operacional. Com o apoio da associação, os pequenos produtores poderão comprar estes itens de forma fracionada, mas com preços acessíveis, em condições semelhantes de negociação com os grandes produtores”, pontua Saul.

Alexandre destacou a necessidade de mudar a imagem da atividade leiteira. “Muita gente só enxerga o sacrifício diário, mas a rentabilidade é real — alguns filhos de produtores que foram buscar emprego na cidade estão voltando ao campo por perceberem que é ali que se consegue ganhar muito mais”, relata o médico veterinário.

ASSUINOESTE – A segunda reunião da tarde foi com a Assuinoeste, representada pelo vice-presidente técnico Edson Pacheco, diante da ausência do presidente Delmar Briccius por questões de saúde. Também participaram os vice-presidentes Edison José Engel (Administrativo), Rosinei Maraschin (Comercial), João Vilson Prolo (Organizacional) e o engenheiro agrônomo Leoclides Bisognin.

A pauta foi dividida em vários pontos, incluindo a apresentação da nova identidade visual da entidade, o projeto de construção de sede própria e o desenvolvimento de uma granja-escola. A associação também sugeriu a criação de uma legislação que destine um percentual do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) às entidades representativas das cadeias da proteína animal – suinocultura, avicultura, pecuária leiteira e piscicultura – como forma de garantir sustentabilidade institucional.

Edson Pacheco destacou a preocupação com a sucessão familiar. “Estamos perdendo jovens para outras atividades. Precisamos formar mão de obra qualificada e tornar o setor mais atrativo”, avalia.

Já Leoclides, que acompanhou a fundação da Assuinoeste, lembrou que a vocação de Toledo para a suinocultura vem desde os primeiros colonizadores, que trouxeram seus pequenos rebanhos na carroceria do caminho. “Esta aptidão foi decisiva para nosso município receber, em 1964, o investimento da Sadia, que adquiriu o Frigorífico Pioneiro e, a partir deste momento, elevou o patamar desta atividade a patamares superiores”, recorda.

OUTRAS ENTIDADES – Além da Aproltol e da Assuinoeste, o Executivo Municipal recebeu, nos últimos dias, representantes da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aaviopar), do Sindicato Rural de Toledo e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Toledo (STR).

No encontro com o STR, na tarde da última sexta-feira (25), os dirigentes defenderam a criação de uma cooperativa voltada à agricultura familiar, visando facilitar a comercialização dos produtos junto à administração pública.

Também mencionaram os custos com saúde dos associados e a preocupação com o êxodo rural. “Precisamos pensar em estratégias para manter os jovens no campo. A cooperativa pode ser uma dessas soluções”, argumenta o presidente do STR, Genuir Nodari, que participou do encontro na companhia do secretário-geral (Ademir Bedin) e pelo secretário de Finanças (Ademir Bedin).

O sindicato também pediu apoio técnico e jurídico para viabilizar a criação da cooperativa, além de sugerir uma parceria duradoura com o município. “Essa é a primeira vez que sentimos o agricultor sendo verdadeiramente homenageado pela administração pública”, agradece Genuir.

TOLEDO

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