Paraná tem a segunda maior taxa de ascensão social do Brasil, aponta estudo

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O Paraná é o segundo estado com a maior taxa de ascensão social do Brasil, de acordo com o Atlas da Mobilidade Social, divulgado nesta segunda-feira (2). De acordo com o levantamento, uma criança paranaense tem 63,9% de chance de superar a faixa de renda dos pais quando for adulta. Em todo o Brasil, apenas Santa Catarina tem um índice superior ao paranaense, com 64,9% de chance de ascensão social entre as gerações.

O índice, formulado por pesquisadores do Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social, com base em dados da Receita Federal, dos Ministérios do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento Social, e pesquisas domiciliares do IBGE, leva em conta as crianças nascidas entre os 50% pobres da população e a chance de elas alcançarem uma faixa de renda 10% superior a dos pais.

Logo abaixo do Paraná estão Rio Grande do Sul (62,3%), Minas Gerais (60,8%) e Mato Grosso do Sul (56,8%). Segundo o levantamento, a média brasileira é de 49,1%, e 17 estados têm uma taxa inferior a 50% de chance das crianças superarem a faixa de renda dos pais.

O Paraná também é o segundo estado com menor chance de crianças nascidas entre a metade mais pobre da população integrarem, quando adultas, a faixa dos 10% mais pobres. Segundo o levantamento, a probabilidade é de apenas 2%. O índice só é maior do que o registrado por Santa Catarina, em que a probabilidade é de 1,1%.

Neste recorte, a média brasileira é de 17%. Este indicador mostra que a chance de uma pessoa empobrecer no Paraná ao longo da vida é pequena, muito abaixo do que no restante do País.

O levantamento também apresenta as estimativas para crianças nascidas na metade mais pobre da população de, quando adultas, integrarem os grupos de maior renda da sociedade.

No Paraná, por exemplo, a chance de uma criança que nasceu entre a parcela mais pobre da população chegar aos 10% mais ricos na fase adulta é de 2,5%. Em todo o Brasil, a probabilidade média é de 1,8%, de acordo com o estudo. Já a chance de integrar os 25% mais ricos no Estado é de 17,92%, enquanto no restante do país essa chance é de 10,8%, de acordo com o levantamento.

EDUCAÇÃO COMO FATOR – O estudo identifica alguns fatores determinantes para uma maior mobilidade social. A variável com maior correlação é a educação. Neste critério, levam-se em conta as taxas de alfabetização, o desempenho dos alunos em provas padronizadas, a capacitação dos professores, as taxas de evasão e a escolaridade média dos pais ou responsáveis.

O Paraná, por exemplo, é o estado com as melhores notas em todo o País no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), tanto para o ensino médio, como para os anos finais e iniciais do ensino fundamental. O índice leva em conta as notas dos alunos na Prova Brasil e as taxas de aprovação escolar.

O Paraná também atingiu, em 2023, o segundo maior patamar do Brasil de alfabetização de crianças que estudam na rede pública, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). O levantamento mostra que 73% dos alunos paranaenses sabem ler e escrever na idade certa, ou seja, ao final do 2º ano do ensino fundamental. O Paraná ficou atrás apenas do Ceará, onde o índice foi de 85%. 

Além da qualidade da educação, o estudo também leva em conta as condições de estrutura familiar, o acesso a serviços básicos, a densidade do mercado de trabalho e baixos índices de criminalidade são apontados como os mais influentes para uma maior chance de ascensão social entre as gerações.

AEN

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