Atacante do Toledo está focada em conquistar uma vaga para o Mundial

Com um semblante tranquilo e um sorriso contagiante, assim é Ingrid Aparecida Borges de Morais. Uma garota, de 16 anos, que deixou a sua família em Londrina para lutar por um sonho. A camisa 9 da seleção canarinho Sub-17, Johnson viu a sua vida mudar completamente ao ser destaque no Campeonato Sul-Americano Sub-17 de 2022. A atacante Johnson é da equipe do Toledo e, atualmente, reside em Ouro Verde do Oeste. Ela participou de um bate-papo no JORNAL DO OESTE no Programa Fim de Tarde com o Editor, nesta semana.
Artilheira do Campeonato Sul Americano Sub-17, Johnson viu a sua carreira alavancar. Ela já assinou contrato com uma grande marca esportiva e revelada pelo Toledo atrai propostas de clubes brasileiros e europeus. O próximo desafio é o Mundial Sub-17, na Índia, em outubro, caso seja realmente convocada para a competição.
O COMEÇO – O técnico Jaime viu Johnson jogar futsal em uma competição escolar em Londrina e convidou para treinar no clube. Ela começou a jogar futebol de campo com 15 anos. Como destaque do Brasileiro Sub-18 de 2020 (edição realizada em janeiro de 2021), chamou a atenção da técnica da seleção brasileira sub-17.
Johnson conta que treinava em Londrina, município que sua família reside. Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os treinos foram suspensos. “Uma amiga fez o teste em Ouro Verde do Oeste e me convidou. Fui apresentada ao Jaime e vim para cá com 14 anos. Hoje, a ‘resenha’ é com as meninas; aquela ‘resenha’ de vestiário. E foi nessas conversas que eu ganhei o meu apelido”, afirma.
A jogadora tem 1,72 metros de altura e sempre jogou como atacante. Ela conta que a paixão pelo futebol veio com o pai. “Eu acompanhava o meu pai nas partidas e, muitas vezes, joguei com outros meninos. Comecei no futsal e, na sequência, o futebol. O técnico Jaime tem sido um anjo em minha vida e da minha família. Ele tem auxiliado em meu crescimento como uma jogadora profissional”.
TALENTO – Fato é que ninguém vai para a seleção brasileira sem ter talento ou qualidade. Johnson destaca que a primeira convocação foi difícil. “Eu sentia muita saudade da minha família e quando fui convocada foi uma surpresa para mim. Nunca imaginei que eu ia jogar um Campeonato pela seleção”.
O Brasil foi campeão invicto no Campeonato Sul Americano Sub-17e ela foi artilheira com nove gols na competição. “Na Granja Comary, treinei com outras meninas da minha faixa etária e tem sido uma experiência diferente jogar com as meninas da seleção, pois possuímos melhor entrosamento”, destaca Johnson.
Muitas meninas sonham em conquistar um espaço na seleção brasileira e Johnson tem sido fonte de inspiração. “A minha inspiração foi Marta, Ludmila e Tamaris. Hoje, eu tenho sido inspiração e muitas garotas de outras cidades e estados pedem ajuda para mim e eu tento colaborar de alguma forma”.
A jogadora pondera que a sua vida mudou muito. “Hoje, tiro muitas fotos. Mas procuro manter a rotina pessoal. Eu estudo em Ouro Verde do Oeste e tenho as minhas amizades. Elas me veem normal; trato todo mundo normal. Não ‘subi no salto’. As ‘resenhas’ e os ‘trotes’ continuam”.
Mas em campo, o assunto é diferente. A camisa 9 é guerreira e a ‘resenha’ é grande. “Eu faço o meu jogo e as minhas colegas fazem os delas. Mas não sou atacante ‘fominha’. Se vejo alguma jogadora livre e em posição melhor que a minha, passo a bola para emplacar o gol. O importante é a equipe vencer”.
FUTURO – Atualmente, o foco de Johnson é chegar no Mundial. Segundo a jogadora, o restante será consequência. “Eu tenho uma pessoa que cuida da minha situação. O meu passe meio a meio com Toledo. Quando existe uma proposta, o advogado conversa com a minha família. Porém, estou focada em disputar o Mundial”, menciona a atacante.
Johnson complementa que a seleção Brasileira sub-17 está entrosada. “O time está bom e devemos manter a cabeça no lugar, assim, atingiremos os nossos objetivos”, finaliza a atacante ao acrescentar que o seu sonho é voltar a morar com a sua família.
Da Redação
TOLEDO