Café paranaense será exportado para Ásia e Europa
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Produzido no município de Carlópolis, na região do Norte Pioneiro do Paraná, o Café Teixeira está na quarta geração de uma mesma família de cafeicultores. Em uma área de 120 hectares, o produtor Marcelo Valdevino da Luz, mais conhecido como “Marcelo Teixeira”, toca a produção que se notabiliza pela qualidade dos grãos. Hoje, o café que saiu da fazenda é apreciado em países como Japão, Coreia do Sul e Reino Unido.
A história da família de cafeicultores do Norte Pioneiro começou com o avô de Marcelo. “Ele começou e meu pai ampliou a produção”, conta. Desde a geada negra de 1975, que dizimou os cafezais da região Norte do Estado, a cafeicultura paranaense se reconfigurou, primando pela qualidade em detrimento do volume (na época, o Paraná era o maior produtor nacional). Inclusive, essa estratégia foi adorada pela família de Teixeira para continuar na atividade.
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“O olhar para qualidade começou comigo. Depois que voltei do Japão onde morei por 15 anos, vi que a gente produzia um café comodity. Formamos a associação [de cafeicultores] no município e procuramos mercados para um café de melhor qualidade. Notamos que o consumidor estava buscando um produto assim”, conta.
Hoje a produção do Sítio Teixeira gira em torno de 5 mil sacas por ano, sendo que 65% têm como destino o mercado internacional. O restante é comercializado junto a cooperativas da região. A exportação começou em 2016, por meio de uma empresa especializada. “No nosso caso, exportamos o café especial e também o café comodity”, analisa Teixeira. “O café especial é num nicho de mercado”, completa.
Com exceção da desbrota, o manejo é todo mecanizado, possibilitando mais economia e uniformidade na produção. Segundo o cafeicultor, a qualidade do grão começa com os cuidados na lavoura. “Com um trato cultural bem-feito e uma lavoura bem nutrida, é possível conservar a qualidade do café quando vai para o terreiro”, explica. “Se analisar o manejo e a produção, nosso município não perde para nenhum município mineiro”, atesta Teixeira.
Segundo o produtor e presidente do Sindicato Rural de Carlópolis, a parceria com o Sistema FAEP é fundamental para que sua produção mantenha o nível de excelência atual. “Morei 15 anos no exterior. Na volta, diante do desafio de tocar o café, procurei os cursos do Sistema FAEP. Os treinamentos permitiram retomar a atividade, verificar qual seria a variedade mais adequada no nosso município e evoluir tecnicamente. Com isso fomos melhorando a nossa produção, em volume e qualidade. Tudo isso teve um dedo importante do Sistema FAEP”, destaca Teixeira.
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Os dados comprovam a mudança de perfil da agropecuária paranaense após a ocorrência da geada negra. De acordo com a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na safra de 1975, com a colheita encerrada antes do fatídico dia 18 de julho, o Paraná colheu 10,2 milhões de sacas de café (48% da produção nacional). Na temporada seguinte, a produção despencou para míseras 3,8 mil sacas, fazendo com que a participação estadual na produção brasileira representasse insignificantes 0,1%.
PROJETO ORGULHO PARANÁ – O café do Sítio Teixeira está participando do projeto “Orgulho Paraná”, que busca valorizar os produtos da agropecuária paranaense. A bebida está em exposição para degustação em uma vitrine física instalada na sede do Sistema FAEP, em Curitiba. O espaço reúne informações sobre o produto e o produtor responsável. Ao lado dos produtos, um QR Code leva para informações sobre aquela produção.
“Que o produtor rural paranaense é muito competente no que faz, todos já sabemos, o que buscamos agora é colocar essa produção de excelente qualidade na vitrine, para que mais pessoas possam conhecer as delícias da nossa terra”, explica o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
Os produtores envolvidos no projeto “Orgulho Paraná” são indicados pelos sindicatos rurais do Paraná. A ideia é que cada produto selecionado fique em exposição alguns meses na sede do Sistema FAEP.
CURITIBA