Câmera Record mostra como gatilhos emocionais podem levar a uma doença cardíaca perigosa 

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O Câmera Record do próximo domingo, dia 20/02, mostra como uma pessoa com emoções extremas pode ter uma doença cardíaca muito parecida com o infarto. Desilusões amorosas, luto, apreensão pelo avanço da pandemia, decepções de todos os tipos. Mas cardiologistas de todo o mundo afirmam: as dores do sentimento podem prejudicar a saúde e trazer sintomas capazes até de levar à morte. A chamada “Síndrome do Coração Partido” mostra que o limite entre o emocional e o físico é mais sutil do que a gente imagina. 

O problema é uma disfunção momentânea do coração causada por uma liberação muito grande de adrenalina no sangue. Pode acontecer com qualquer um que sofre com emoções extremas, mas atinge as mulheres na maioria dos casos. “As pesquisas têm mostrado 8 a 9 casos de mulheres para cada homem acometido. Geralmente, acontece na pós-menopausa. Então, geralmente é a mulher após os cinquenta anos de idade,” explica o cardiologista do Hospital Moriah em São Paulo, Leandro Echenique. Foi o que aconteceu com a aposentada Tarcila Franco. Ela foi parar no hospital depois de cair em um golpe em que um homem dizia ter sequestrado a filha dela. “A dor é muito grande, de eu cair no chão e não ter forças para levantar,” conta. 

Diagnosticada pela primeira vez no Japão, na década de 1990, a síndrome recebeu o nome de “Takotsubo”. É uma espécie de vaso usado por pescadores japoneses e que se assemelha à forma do coração quando está doente. Agora, a doença está prestes a ser registrada na Sociedade Brasileira de Cardiologia. 

 A administradora Renata Pacheco, diagnosticada com a doença após a morte da mãe, relata o que sentiu. “A sensação é de que o seu coração está morrendo, que ele está se apertando e que está morrendo”. Parece um infarto, é tratado emergencialmente como infarto, só que não é infarto. A Sociedade Brasileira de Cardiologia estima que 5 em cada 100 pacientes que recebem tratamento inicial para infarto são diagnosticados posteriormente com essa síndrome. 

“O sintoma mais comum é a dor no peito, geralmente de forte intensidade, acompanhada de falta de ar, sudorese e até desmaios. A pessoa chega ao pronto-socorro com esses sintomas e a primeira hipótese do médico que atende é: ‘está tendo um infarto’,” afirma o cardiologista Leandro Echenique.

“Até eu pensei: ‘Acho que eles não sabem o que eu tenho e inventaram isso para eu poder sair do hospital, para dizer que eu tenho alguma coisa’.  Eu juro que fiquei pensando nisso”, confessa a pedagoga Marlia Duarte, que teve a doença depois de uma crise no casamento de quase 20 anos. “A nossa cabeça e o nosso corpo são totalmente interligados. E, à medida que a gente sente as emoções, que cada pessoa sente de um jeito, de forma mais intensa ou menos intensa, isso gera um reflexo no nosso funcionamento corporal,” explica a psiquiatra do Hospital Moriah, Olívia Prado. 

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