Pesquisa da Cesta Básica apresenta variação de preços nos quatro anos

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Há quatro anos deu início a um projeto para informar a comunidade de Toledo e região. Em abril de 2021 começava a Pesquisa da Cesta Básica de Toledo, um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e de Pós-Graduação em Economia (PGE), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo.
O projeto é coordenado pela professora e doutora Crislaine Colla. A pesquisa é um marco representativo para os cursos envolvidos, para os Programas de Pós-Graduação, para o Núcleo de Desenvolvimento Regional e para a Universidade. No entanto, o aspecto mais importante a destacar é que ela seja meio de conexão entre a Universidade e a sociedade em temas sensíveis, como o caso da flutuação de preços dos alimentos.
“Nosso propósito é levar à população dados relevantes e que fazem parte do cotidiano de todos para melhor compreensão dos fatores que influenciam e impactam os preços dos produtos alimentícios no município”.
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A Pesquisa está fundamentada em um convênio entre a Universidade e a Prefeitura de Toledo. Ela surgiu como uma demanda da própria sociedade, onde o interesse dos pesquisadores se dá na compilação, análise e compartilhamento dessas informações, que são muito úteis e essenciais para a população.
A pesquisa da Cesta Básica de Alimentos de Toledo é feita com base na metodologia do Dieese, que realiza esse estudo em 17 capitais brasileiras. Isso permite a comparação dos dados e indicadores de Toledo com os de outros municípios que também usam a mesma metodologia, como os municípios de Cascavel, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco.
DADOS – Em abril de 2021, o mês que iniciou a pesquisa, até março de 2022, foram registrados sete meses de aumento no custo e quatro meses de redução do índice da cesta básica. “Importante destacar que neste período de um ano, houve um intenso aumento, com acumulado de 22,45% no custo da cesta básica de Toledo, sendo em março de 2022 o maior aumento (8,27%) e em dezembro de 2021 a maior redução do índice (-3,49%)”.
Os pesquisadores reforçam que “é fundamental destacar que este período foi marcado por condições muito específicas e complexas, pois estávamos vivendo o período da Covid-19, a qual apresentou efeitos muito negativos, tanto para a saúde e a mortalidade da população quanto nas questões econômicas”.
Já o segundo ano da Pesquisa, período entre abril de 2022 e março de 2023, foi diferente, com uma redução acumulada do custo da cesta básica de Toledo (-8,61%). Foram oito meses de redução e quatro meses de aumento no custo da cesta, com o maior aumento em abril de 2022 (7,44%) e a maior redução do índice em maio (-5,20%).
“Entre os meses de abril de 2023 e março de 2024 ocorre um aumento acumulado mais contido, de 2,16% no custo da cesta básica de Toledo. Foram oito meses de aumento e quatro meses de redução do índice, dos quais o mês de abril de 2023 apresentou o maior aumento do período (5,05%) e agosto de 2023 a maior redução (-5,49%)”, cita a Pesquisa.
No quarto ano da Pesquisa da Cesta Básica de Toledo – abril de 2024 a março de 2025 – foi observado um aumento acumulado mais expressivo, de 7,36%, com cinco meses de aumento e sete meses de redução no índice. O mês de junho de 2024 apresentou o maior aumento (6,99%) e julho de 2024 a maior redução (-5,80%).
Em termos de valores, em abril de 2021 a cesta básica custava R$ 488,61 e, um ano depois, estava custando R$ R$ 598,27, o que corresponde aos 22,45% de aumento observado neste período. Em abril de 2022 a cesta básica custava R$ 642,80 e, em março de 2023, passou a custar R$ 587,44. Entre abril de 2023 e março de 2024 o valor da cesta aumentou 2,16% e passou de 617,12, em abril de 2023, para R$ 630,43. No último período, o custo da cesta básica passou de R$ 616,29 em abril de 2024 para R$ 661,65 em março de 2025.
ITENS – No período entre abril de 2021 e março de 2022 os produtos que apresentaram aumento de preços foram: o tomate, o café, a batata, o açúcar, a margarina, o óleo de soja, a banana, o leite, a farinha de trigo, o pão francês e a carne. Dois produtos apresentaram uma variação acumulada negativa: o arroz e o feijão. No segundo segmento temporal – entre abril de 2022 e março de 2023 – apresentaram aumento de preços: a banana, a farinha de trigo, o arroz, o pão francês, o leite e a margarina. Por sua vez, sete produtos apresentaram variação acumulada negativa: o tomate, a batata, o óleo de soja, o feijão, o café, o açúcar e a carne.
Entre os meses de abril de 2023 a março de 2024 foram: a banana, o arroz, a batata, o feijão, o açúcar e o pão francês. Sete produtos apresentaram variação acumulada negativa: o óleo de soja, a farinha de trigo, o café, o leite, a margarina, a carne e o tomate. E no período de abril de 2024 e março de 2025 os produtos que apresentaram aumento foram: o café, o óleo de soja, a banana, a carne, o pão francês, o leite, a farinha de trigo e a margarina. Cinco produtos apresentaram variação acumulada negativa no período: a batata, o feijão, o tomate, o arroz e o açúcar.
“Pode-se observar que as variações ocorridas retratam a volatilidade dos preços que ocorre por razões diversas, alguns sazonais e, portanto, esperados para alguns períodos e outros conjunturais. A depender de sua sobreposição, a oscilação pode se acentuar com efeitos positivos ou negativos. Ressalta-se que boa parte dos produtos que apresentam maior aumento e impactam mais nos aumentos dos custos da cesta básica sofrem a influência de diversos fatores e os fatores sazonais e climáticos tiveram importante efeito, somados aos relacionados à conjuntura macroeconômica, fatores externos, cambiais, taxa de juros, entre outros”.
Da Redação
TOLEDO
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