Clima seco alerta para o risco de queimadas na região

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Agosto é historicamente conhecido como o mês em que o fogo ganha força no campo e na mata. As condições climáticas, como a baixa umidade do ar e redução das chuvas, aliadas à ação humana, muitas vezes intencional, criam um ambiente altamente favorável para a propagação do fogo.
Além de devastar a vegetação e colocar em risco a fauna, o avanço das chamas ameaça comunidades rurais e urbanas, afeta a qualidade do ar e provoca impactos duradouros no meio ambiente. Neste mês, o número de ocorrências preocupa e reforça a urgência de ações preventivas e de conscientização para conter essa escalada de incêndios.
“No município de Toledo, assim como em grande parte do Oeste do Paraná, estamos vivenciando um período crítico para a ocorrência de incêndios em vegetação. Ainda que a intensidade das ocorrências varia de ano para ano, os indicadores atuais demonstram um aumento significativo no número de chamados quando comparado aos meses mais úmidos”, comenta o comandante do Corpo de Bombeiros de Toledo, capitão Guilherme Rodrigues de Lima.
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DADOS – De acordo com levantamento feito pela Corporação, entre 1º de julho e 11 de agosto de 2025, o Corpo de Bombeiros de Toledo atendeu 103 ocorrências de incêndio em vegetação. No mesmo período do ano passado, foram registradas 172 ocorrências, o que representa uma redução de aproximadamente 40%. “Esse cenário reflete a redução do risco em decorrência das chuvas, porém temos que destacar a importância das ações preventivas e de conscientização da população”, complementa.
Mais de 90% dos incêndios em vegetação têm origem na ação humana, segundo análise técnica das ocorrências atendidas. Contudo, tantos os incêndios intencionais ou não intencionais, ocasionados por uso inadequado do fogo para limpeza de terrenos, descarte irregular de bitucas de cigarro, faíscas oriundas de maquinários agrícolas e até fogueiras improvisadas, são perigosos. Em períodos de estiagem, qualquer faísca pode se tornar um desastre.
Rodrigues salienta que o fator climático atua como facilitador, mas a causa primária, na maioria dos casos, é resultado de comportamentos humanos inadequados. “Clima seco e baixa umidade relativa do ar (abaixo de 30%) aumentam o risco de propagação do fogo”.
FATORES – Outros fatores também contribuem para os incêndios em vegetação como os ventos constantes, que aumentam a velocidade de propagação das chamas e dificultam o controle; presença de material combustível seco, como folhas, galhos e pastagem; topografia, pois terrenos inclinados facilitam a ascensão rápida do fogo; fontes de ignição humanas, como queimadas, descarte de cigarros e faíscas de equipamentos.
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A rápida propagação do fogo na vegetação ameaça ecossistemas inteiros e deixa prejuízos ambientais e econômicos de longo prazo. O comandante Rodrigues também cita os prejuízos para a saúde pois a inalação de fumaça pode agravar doenças respiratórias e cardiovasculares, além de reduzir drasticamente a visibilidade em rodovias, aumentando o risco de acidentes.
“Quando as chamas se aproximam de áreas urbanas ou industriais, colocam em perigo residências, galpões e estabelecimentos comerciais. A fauna, a flora e a qualidade do solo também sofrem perdas irreparáveis, assim como as redes de energia elétrica e telecomunicações podem ser danificadas”.
PREVENÇÃO – Para reduzir as estatísticas de queimadas, o risco que isso representa para a fauna, flora e para o homem, o Corpo de Bombeiros mantém campanhas permanentes durante o período crítico, com divulgação em rádios, redes sociais, visitas a comunidades e escolas, além de orientações a produtores rurais e empresas, mapeamento de risco e treinamentos. “Também atuamos em parceria com a Defesa Civil Estadual e Municipal, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o Instituto Água e Terra (IAT) e imprensa local para ampliar o alcance das informações preventivas”.
Entre as principais recomendações da Corporação estão: evitar o uso do fogo para limpeza de terrenos ou restos de colheita; não descartar bitucas de cigarro em áreas com vegetação; manter aceiros (faixas livres de vegetação) em propriedades rurais, especialmente próximas a plantações e construções; redobrar a atenção com maquinário agrícola, realizando manutenção para evitar faíscas; acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ao perceber princípio de incêndio; e zelar pela limpeza e manutenção de terrenos evitando o acúmulo de materiais combustíveis.
“Nosso alerta à população é claro: o fogo em vegetação não é apenas uma questão ambiental, mas um risco direto à vida e ao patrimônio. Pequenas atitudes de cuidado podem evitar danos irreversíveis”, finaliza o capitão Guilherme Rodrigues de Lima.
Da Redação
TOLEDO