Umidade contribui para o desenvolvimento do milho safrinha

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A distribuição das chuvas nas últimas semanas contribuiu para o andamento das lavouras de milho safrinha (2024/25) na região Oeste. Dados atualizados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), apontam que a área do milho safrinha na Regional de Toledo é de 469.588 hectares com uma produtividade estimada em 6.600 quilos/hectare. A previsão de colheita é de 3.193.198 toneladas.
“O início do ciclo do milho safrinha foi marcado por uma estiagem que preocupou os produtores, mas na metade do ciclo houve uma mudança no clima com chuvas mais regulares, o que trouxe mais tranquilidade para os produtores”, comenta a engenheira agrônoma e residente do Deral, Avelina Silva.
No geral, 75% das lavouras apresentam boas condições; 10% estão com condições medianas e 10% apresentam condições ruim. Em relação as fases da planta, 90% já estão em fase de frutificação e 10% entraram na fase de maturação. Avelina cita que as lavouras estão entrando na fase final do ciclo.
“Algumas localidades da Regional de Toledo já iniciaram a colheita, localidades bem pontuais que fizeram a semeadura bem no início do ciclo, mas são áreas muito pequenas, sem representação. As demais localidades esperaram iniciar a colheita na segunda quinzena de junho”, explica ao salientar que se houver grandes volumes de chuvas na próxima semana, a colheita poderá atrasar alguns dias.
TRIGO – Em relação ao trigo, tradicional cultura de inverno, a área na Regional de Toledo é pequena com 5.970 hectares semeados e estimativa de colher 17.910 toneladas. “É uma área pequena. A Regional de Toledo reduziu muito a área do trigo ano após ano”.
A cultura ainda está no início do ciclo e tem 60% das lavouras em fase de germinação e 40% na fase de desenvolvimento vegetativo. “A maior área do trigo na nossa Regional está no município de São Pedro do Iguaçu. Naquela região alguns produtores esperam finalizar o ciclo do milho safrinha e fazer a terceira safra semeando o trigo após a colheita do milho safrinha”, explica.
Em todo o estado, segundo o Boletim de Condições De Tempo e Cultivo a semeadura do trigo começa a ganhar ritmo em regiões onde a colheita do feijão avança. Em outras regiões mais quentes o plantio já está próximo da finalização e as chuvas ocorridas favoreceram o desenvolvimento inicial, especialmente em áreas que já sentiam os efeitos da baixa umidade do solo. Há baixo índice de pragas e doenças.
ESTADO – De acordo com informações do Boletim Conjuntural (Semana 22/2025), a área cultivada com milho na segunda safra foi de 2,72 milhões de hectares, um aumento de 7,4% em relação ao ciclo anterior. A produção esperada foi revisada para 16,15 milhões de toneladas, volume ligeiramente inferior à estimativa inicial, que era de 16,51 milhões de toneladas.
Apesar das adversidades climáticas, especialmente durante o desenvolvimento da segunda safra, a perspectiva é de que, com o avanço da colheita nas próximas semanas, esta se consolide como a maior safra de milho da história do Paraná. A primeira safra já colhida contribuiu com cerca de 3 milhões de toneladas, e a produção total das duas safras deve ultrapassar os 18,1 milhões de toneladas registrados na safra histórica de 2016/17. A comercialização de ambas as safras de milho deverá movimentar mais de R$ 16 bilhões na economia paranaense.
A colheita do milho 2ª safra segue em ritmo muito lento, com produtividades boas em alguns municípios, mas com danos irreversíveis onde o tempo esteve mais seco. A preocupação dos produtores agora se volta para o frio, pois parte das lavouras ainda está suscetível a perdas por frio intenso. A incidência de cigarrinhas é considerada alta.
Da Redação
TOLEDO
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Baixas temperaturas não interferiram nas lavouras da região
O frio intenso que chegou no Paraná nesta semana derrubou as temperaturas em todo estado. Algumas cidades registraram mínimas próximo de zero grau, é o caso de Palotina e Toledo que registraram, respectivamente, temperaturas mínimas de 1,8°C e 0,8°C. O Estado também registrou a primeira temperatura negativa de 2025 na última sexta-feira (30), no distrito de Horizonte, em Palmas, na região Sul do Estado, onde a estação meteorológica do Simepar detectou a temperatura de -0,3°C às 8h30.
Apesar dos registros, as baixas temperaturas dos últimos dias não provocaram prejuízos nas lavouras de milho safrinha na região Oeste. O professor de Agrometeorologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), campus Toledo, Alexandre Luis Müller, explica que grande parte das áreas semeadas com milho safrinha já estão com as lavouras bem adiantadas. “Houve formação de geada em algumas regiões mais baixas, mas não foi intensa e não tivemos danos nas lavouras até o momento”.
Ele pontua que em algumas áreas, o produtor aguarda o milho secar para iniciar a colheita. “Como temos previsão de chuva para a próxima semana, pode ser que atrase um pouco a colheita. As baixas temperaturas e o menor tempo de horas de sol acabam colaborando para a demora na secagem do milho. Contudo, o produtor ainda está dentro do prazo para a iniciar a colheita”.
TEMPO – De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o tempo estável deve predominar no final de semana com temperaturas mínimas de 6º C graus e máxima de 17º C em Toledo. No domingo (1º), as temperaturas começam a subir podendo chegar a 20º C.
Contudo, a primeira semana de junho também deve registrar chuva na região Oeste, com precipitação prevista de 5,7 milímetros na segunda-feira (2), e 33
7 milímetros na quinta-feira (5) em Toledo.
As temperaturas também diminuem gradativamente durante o mês de junho. “Como estamos nos aproximando do inverno – 20 de junho – os dias ficam mais curtos e a tendência é ter registro de temperaturas mais baixas. Neste período ficamos suscetíveis a entrada de massa de mar frio. E ainda estamos sob influência do fenômeno La Niña com tendência para a neutralidade”, conclui.
Da Redação
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