A imigração, a agropecuária e o Mega Encontro de Tratores do Paraná

Dilceu Sperafico

Como destacamos seguidamente, o agronegócio do Paraná e do Brasil continua surpreendendo ao demonstrar sua força, organização, modernidade, sustentabilidade, produção, exportação e contribuição para o desenvolvimento econômico e social, urbano e rural do País, graças à extensão e fertilidade do solo e coragem, competência e dedicação, desde os primeiros colonizadores.

Entre as últimas demonstrações desse diferencial, esteve o Mega Encontro de Tratores, em sete de janeiro último, no distrito de Entre Rios, município de Guarapuava, no Centro-Sul do Estado, reunindo tratores e tratoristas do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

O evento iniciou com 1.534 tratoristas posicionando suas máquinas para cumprir percurso de 25 km, passando pelas colônias de Socorro, Cachoeira e Vitória, até Entre Rios, a 18 km da sede do município. A largada aconteceu às nove horas e em três horas todos completaram o trajeto.

Em princípio, os organizadores da festa de 70 anos da colonização de Entre Rios pretendiam realizar parada de tratores, com as máquinas posicionadas na rodovia PR-540, entre as cinco colônias que formam o distrito. Mais adiante, optaram por evento maior, que mostrasse o poder de mobilização da agropecuária da região e do Estado, contanto com o apoio da Cooperativa Agrária Agroindustrial e Sindicato Rural de Guarapuava.

Dessa forma, surgiu o Mega Encontro de Tratores, reunindo máquinas de diversas marcas, modelos e épocas de fabricação, com convidados de diferentes regiões do Paraná e outros Estados, organizado por quase uma centena de produtores, contando com o respaldo de órgãos de segurança pública e visando demonstrar o esforço de homens e mulheres do campo, que, apesar dos desafios diários, não desistem das atividades produtivas.

A exemplo de muitas comunidades no interior do Paraná e do Brasil, Entre Rios surgiu da produção agrícola, com colonização realizada na década de 1950 por imigrantes suábios que tiveram seu território expropriado durante a 2ª Guerra Mundial. Eles são de origem germânica, que migraram para o Sudeste, ajudando a formar países como Croácia, Hungria, Romênia e Sérvia e transformando a região em menos de três séculos no celeiro da Europa.

Com vocação para agricultura e criação de animais, centenas de famílias suábias buscaram novas oportunidades no Brasil em 1951. Passados 70 anos da imigração, a comunidade de Entre Rio decidiu resgatar a cultura e tradições dos antepassados e homenagear seus pioneiros com uma série de atividades, entre os dias cinco e nove de janeiro último.

O cultivo da terra, responsável pelo êxito dos suábios no lugar que denominaram como Nova Pátria, foi lembrado através do símbolo dessa história, como é o trator, pois a máquina teve importância muito grande na mecanização agrícola, que hoje permite atingir grandes produtividades, gerando riquezas, emprego, renda, tributos e novas oportunidades de negócios, no campo e nas cidades.

Para os organizadores do evento, a agricultura tem papel fundamental no desenvolvimento da região, do Estado, do País e da própria humanidade, pois o plantio e a colheita de grãos permitiram ao homem primitivo deixar a vida nômade e, consequentemente, formar as primeiras civilizações. Prova disso é que o agronegócio sustenta a economia do Brasil, respondendo por 25% das riquezas, 20% dos postos de trabalho e mais de 40% das exportações nacionais.

O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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