A importância do professor como educador ambiental

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Neste conturbado 2020 da Covid-19, transcorrem os 21 anos da promulgação da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Federal 9.795/1999), definida como o conjunto de meios pelos quais o indivíduo e a coletividade constroem competências, conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sociais voltados à preservação e à sustentabilidade. A norma estabelece que esses princípios são componentes essenciais e permanentes do ensino no País e que todos têm direito aos conhecimentos relativos ao tema.

Assim, nada mais lógico de que o Dia do Educador Ambiental seja comemorado no mesmo Dia do Professor, 15 de outubro. Ou seja, todo mestre é um formador de consciências ecológicas, cada vez mais relevantes e necessárias.

A lei deixa muito claro o dever do Estado de prover tal processo educativo no sistema público, bem como nas políticas do ensino, incluindo as escolas particulares. Mas, a questão é tão relevante que deve merecer atenção e aderência de toda a sociedade, assim como do exercício da responsabilidade cidadã das empresas. Nesse sentido, devem ser multiplicados modelos bem-sucedidos.

Um exemplo é o Programa Clorofila de Educação Ambiental, inspirado na Conferência Mundial do Meio Ambiente ECO 92 e mantido pela Sobloco Construtora há 28 anos em Bertioga-SP. Atuando em parceria com 24 instituições de ensino da cidade, o Programa leva conteúdo pedagógico e propostas de atividades que despertam e desenvolvem a consciência ecológica, a mudança de comportamento e um maior protagonismo na defesa desses conceitos e no papel de cada um como influenciador dentro de casa e no seu ambiente social. Neste ano letivo de 2020, até o início da pandemia, 12.077 alunos e 577 professores e diretores de escolas estavam sendo impactados pelas propostas do Programa.

O Programa Clorofila desenvolve a relação homem – ambiente, a partir do afeto. Por meio de iniciativas como hortas nas escolas, oficinas educativas de alimentação saudável, plantio e compostagem doméstica, consumo consciente, reciclagem, prêmios para trabalhos de pesquisa, cursos de formação para professores e para jovens, o programa já envolveu diretamente mais de 20 mil estudantes e tem apresentado resultados concretos, a começar pela mudança de hábitos na rotina das pessoas e na sua relação com o meio ambiente.

Em decorrência do grande poder multiplicador de opinião dos alunos, é notável o crescente envolvimento das famílias nas atividades realizadas na escola, ampliando o alcance dos conceitos e iniciativas também para o ambiente doméstico.

O Clorofila aposta no educador como o grande agente disseminador de novos conceitos de sustentabilidade e o principal parceiro nas ações, incrementando seus conteúdos pedagógicos e incentivando os alunos às mudanças de comportamento.

Em 2009, a importância e abrangência do Programa Clorofila levou a Prefeitura de Bertioga a formalizar uma parceria entre ele e a Secretaria de Educação e Desenvolvimento Cultural, fundamental para o município na obtenção e renovação do Selo Verde Azul, conferido pelo governo paulista. Sua longevidade evidencia como é decisiva a participação e persistência do setor privado na educação ambiental, adicionalmente ao dever do Estado.

Formar cidadãos conscientes sobre o significado da sustentabilidade em sua acepção mais plena, é fator condicionante à preservação da Terra e um futuro viável. O meio mais eficaz para se estimular a reflexão e formar a consciência ambiental e social das presentes e futuras gerações é a escola, onde as crianças e jovens começam a desenvolver seu pensamento crítico. É de imensa relevância, portanto, o papel dos professores! Que nesse dia 15 todos eles sejam devidamente lembrados e homenageados!

 

Beatriz Pereira de Almeida é diretora-adjunta de Marketing e Sustentabilidade da Sobloco Construtora.

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