A vida é como uma estação ferroviária

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CAMINHOS DO SUCE$$O

Quando eu estava no segundo grau, muita gente me perguntava o que eu queria ser na vida. E eu não sabia responder. A final, eu conhecia tão pouco da vida. E eu me perguntava, por que as pessoas teriam que decidir tão cedo o que seriam para o resto da vida. Minha família toda, fora a (Vó Santinha) tinha plena certeza de que eu não iria para frente…E já tinham o plano “B”.

Na realidade, mesmo assim, eu virava as costas e seguia fazendo o que já fazia de melhor…Me divertir.

Então, um dia eu tive que escolher que curso fazer. Confesso que foi uma dificuldade, mas fui em frente. Mesmo com dúvidas e medo.

Mais tarde comecei um estágio remunerado, e o primeiro dia foi como se eu tivesse atravessando uma longa ponte, que cairia logo que eu passasse, sem chances de voltar. Depois foi ficando bom, e me acostumei a trabalhar e estudar. 

Um pouco mais tarde, mudei de cidade para fazer o estágio obrigatório, mas que na realidade já era um emprego. Detestava fazer o que fazia, e fazia mal.

Então decidi voltar, mas a antiga vida já não me pertencia mais. Meus velhos amigos já não estavam mais ali. Todos se formaram e foram trabalhar. Então fiquei muito chateado, pois a vida que tanto gostava se dissolvera diante de meus olhos.

Decidi então ir na Universidade (UFSM) conversar com o coordenador do curso, – o mesmo que me detestava, e com o qual, fiquei no último ano em exame, precisando de 90 para passar – para ver se tinha alguma oportunidade para mim- .

Bom, para tristeza dele tirei 95 e passei. E se talvez ele não tenha ficado triste? E se ele só representasse um personagem?…Nunca descobri.

Ele me atendeu com uma cara fechada e disse: – Eu nem devia te indicar, pois dois dos meus melhores alunos foram para este lugar e não deram certo. Mas lá em Toledo vai ter um teste mês que vem, vou passar seu nome. Mas não volte mais aqui se não der certo. Eu nunca mais voltei, porque deu certo.

Amigos leitores, peguei um pedacinho truncado de minha história, como tantas que conheço, para ilustrar o tema deste artigo, pois…Nossas escolhas são as maiores causas de nossos resultados.  Então, lá vamos nós no trem da vida… .

Depois de muitos anos como professor universitário e funcionário de uma empresa pública, chegou a aposentadoria, na hora certa, tranquila…Exatamente como devia de ser. Parei durante um ano sabático, para viajar e me acostumar com a nova vida.

Então, percebi que era muito cedo para parar, e abri a Corretora de Seguros em sociedade com meu filho Eduardo, que apesar de jovem, já era um corretor de mão cheia – onde estou até hoje.

Mas não parei por aí. Com os conhecimentos e experiências adquiridas em minha viagem de trem pela vida, me tornei um “Personal Advisor”, – uma espécie refinada de conselheiro pessoal de pessoas bem sucedidas – de gente que tempos atrás nem sabia que Toledo existia. Assim, pelo Brasil a fora, me sinto um verdadeiro aventureiro navegando pelo mar de conhecimentos adquiridos, com gente que tem muita história par contar.      

Este trabalho que começou despretensiosamente, nas colunas deste jornal, com um artigo dominical, foi a base de algo muito importante para mim…Que começou, quando certo dia desci a Av Patigot, e fui me oferecer para escrever um artigo, em uma entrevista com o editor chefe do Jornal, hoje o grande amigo, “Costa”, como todos o conhecem. – Esta história, vou deixar para mais adiante, pois levaria muitas páginas para ser contada.

Recebo com certa constância, convites de empresas e entidades da cidade e região, para falar em público sobre o que faço atualmente, e como foi minha história. Digo sempre que chamem os palestrantes atuais, que estão desempenhando um ótimo trabalho, pois meu tempo nesta atividade, deixei para trás há um bom tempo, para me dedicar a atender individualmente – em seus escritórios, chácaras, casas de campo ou praia, – mentes brilhantes, que já tem tudo de quase tudo, e que não querem ser identificadas.

E foi assim, trocando de trem e de vagões, conhecendo gente nova a todo instante em cada poltrona que sentava, que vi o mundo de uma forma diferente. Não como um enigma a ser resolvido, mas como uma oportunidade de fazer uma bela viagem a ser aproveitada intensamente a cada momento.

A mensagem que deixo neste artigo, é que não se preocupem com a chegada. Preocupem-se apenas em fazer uma boa viagem.  Que a lentidão é nossa melhor amiga, e nos permite chegar bem em qualquer estação.

E o mais importante…Siga sempre em frente, fazendo tudo pensando no que é bom para você e para as pessoas que mais ama, e na liberdade que isto lhe traz. Escolha muito bem e criteriosamente as pessoas com quem convive proximamente. A regra é ter muitos colegas, vários conhecidos e poucos amigos. Jamais se preocupe em fazer coisas para mostrar ou impressionar os outros, é tempo perdido, que não agrega valor em sua vida. Ajude sempre as pessoas que lutam por dias melhores. E sua consciência estará tranquila.

Aos leitores deste artigo, um abraço e que Deus sempre lhes dê entendimento…E até a próxima estação.

 Eduardo Klaue ®     

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