As muitas vantagens do pó de rocha na fertilização do solo

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Dilceu Sperafico*

         A solução para oferta e/ou disponibilidade de fertilizantes sustentáveis já é realidade para o agronegócio brasileiro e pode reduzir dependência de insumos importados e suas consequências. Na verdade, o produto já está disponível até mesmo no Oeste do Paraná, como já destacamos em artigo anterior. Trata-se do remineralizador ou pó de pedra, com capacidade de substituir fertilizantes e corretivos com diversas vantagens, especialmente no custo do plantio.

         Conforme especialistas, o pó de pedra é composto de rochas moídas que, quando distribuídas no solo funcionam como fertilizante e inoculantes, oferecendo nutrição às plantas. O comércio desses remineralizadores, como também são conhecidos, foi viabilizado no País pela lei nº 12.890, de 10 de dezembro de 2013.

Para a obtenção do produto natural, é preciso utilizar processo de seleção e extração, já que nem todas as rochas podem ser aproveitadas, pois a pedra utilizada deve ser rica em uma série de nutrientes. Assim, os remineralizadores atendem o agronegócio desde as grandes propriedades até a agricultura familiar, pois seus preços são mais acessíveis, devido à facilidade da extração.

         Com isso, pequenas e médias empresas de mineração já exploram rochas que servem como remineralizadores de solo, pois para atuar no ramo basta obter registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A iniciativa junta o setor mineral ao setor agrícola e é uma excelente alternativa. Ocorre que para o setor mineral esses materiais representam problema ambiental em seu armazenamento, mas podem servir de insumos para a agricultura. Assim, problema de um setor vira solução para o outro segmento.

         Os benefícios do pó de rocha, começam pelo preço, pois os custos de aquisição são muito menores e seu efeito pode se estender por até quatro ou cinco anos consecutivos. Com relação à fertilidade do solo, os níveis se mostram crescentes após a aplicação do pó de rocha. Quanto ao rendimento, a produtividade das culturas fertilizadas é equivalente ou superior às obtidas com adubos convencionais, chegando, em alguns casos, a apresentar resultado até 30% superior.

No crescimento das plantas, segundo especialistas, as raízes se mostram mais desenvolvidas do que nas culturas que receberam adubação química e com relação à dependência da água, o teor de umidade é maior nas áreas onde se aplicam remineralizadores, comprovando sua grande capacidade de retenção do líquido. Com isso, a exuberância se destaca nas plantas, pois apresentam maior quantidade de massa verde, ao mesmo tempo em que o pó de rocha acelera o ciclo produtivo em alguns casos.

As vantagens para o meio ambiente começam pela inexistência de contaminação ou eutrofização, também conhecida como poluição causada pelo excesso de algas que torna a água turva e provoca morte de animais que consomem esses recursos hídricos. Além disso, o pó de rocha atende aos padrões de garantias exigidos de insumos utilizados pela agricultura orgânica.

         Com o pó de rocha a plantação de commodities destinadas à exportação e ao abastecimento de alimentos para consumo interno é beneficiada, a exemplo da população, pois a elevação de preços, iniciada na pandemia se intensificou com a guerra na Ucrânia. Assim, a solução para o agronegócio driblar a queda na importação de fertilizantes pode estar dentro do próprio Brasil, de forma mais barata, sustentável e nacional.

*O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

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