CAMINHOS DO SUCE$$O

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Eduardo Klaue

O egoísta engolido pelo egoísmo

 

       Preparar com perfeição aqueles que um dia irão nos suceder, é como arar a terra, adubar, semear, regar, cuidar, até que a árvore cresça e produza seus próprios frutos e sementes, que cairão à terra dando segmento a um ciclo da vida que jamais conheceu o egoísmo. 

      Qual seria melhor missão? Estaríamos nós preparados para combater o egoísmo? Ó dúvida cruel! Somente o futuro cuidará de responder a cada um. Segundo suas obras.  

      Egoísmo este, que fez perecer a felicidade de uma bela jovem protagonista da história que recebi e passo a narrar a partir deste momento… “Toda a riqueza e o conforto de que dispunha não faziam daquela jovem princesa uma pessoa plenamente feliz. Faltava-lhe algo! Havia um imenso e angustiante vazio em sua vida.

Aflita, a herdeira do trono mandou chamar um Mago conhecido por sua sapiência. Confessou-lhe a sua inquietação e rogou-lhe ajuda. O velho sábio, afagando os cabelos da jovem, sorriu e lhe falou: – Está bem alteza, daqui a três luas nascerá no jardim, ao amanhecer, a mais bela flor que os seus verdes olhos já viram… Será uma rosa encantada que trará em si a beleza, o perfume e o encantamento que lhe darão a alegria da qual sentis tanta falta.

A jovem sorriu, agradecida. Mas o velho advertiu: – Tende cuidado! A flor é sua e cabe-lhe o dever de cuidar dela… Caso contrário, perder-se-á a flor… Perder-se-á o encanto!

A jovem aguardava ansiosa o momento de conhecer a flor encantada…Todos os dias ela ia até o jardim, para ver se já não teria nascido a sua rosa… Entretanto, encontrava apenas as flores comuns. Mas, na data prevista, aos primeiros raios do amanhecer, fez-se um burburinho no jardim, bem sob a janela da jovem princesa. Ela, irritada, levantou-se e foi a sacada para pedir silêncio. Mas, ao abrir a janela, viu, em meio à grama, o motivo do falatório: – Uma flor como jamais houvera antes naquelas paisagens!

Era realmente uma rosa sem igual! Não se assemelhava às outras em nada; nem no tamanho, nem na cor, nem no aveludado de suas pétalas, nem em seu perfume. A jovem vestiu-se às pressas e desceu as escadarias a passos rápidos. Atirou-se de joelhos na grama, maravilhada com a beleza da flor… Beijou-lhe as pétalas suavemente, inalou seu perfume inefável. Ordenou ao jardineiro que lhe desse tratamento especial: o melhor adubo, a água mais fresca.

Quase todo o reino foi chamado a conhecer a flor encantada, desde os súditos até sua majestade, o grande rei. Todos queriam ver a rosa de que se falavam tão grandes coisas. Por isso, a jovem mandou chamar a guarda, para que houvesse sempre um soldado ao lado da flor, evitando que alguém a maltratasse ou roubasse. Mesmo assim, muitos curiosos se amontoavam em torno da flor, observando-a, inalando o seu perfume, apreciando a sua beleza.

Um dia, aborrecida com tantos visitantes, a princesa dispensou o soldado e aguardou o anoitecer. Quando a noite estendeu seu manto por sobre o castelo, ela voltou ao jardim e arrancou dali a sua rosa encantada. Levou-a para seu quarto, e plantou-a num vaso de ouro cravado de gemas de valor, trabalhado pelo mais competente ourives de todo o reino.

– Enfim, agora a rosa é só minha! Pensou a princesa, sorrindo, e passou toda a madrugada acarinhando a flor. Não recebia criados, amigos, nem mesmo seus pais… Estava feliz! Finalmente, a rosa era sua!

Todavia, logo ao cair da tarde daquele dia, a flor começou a apresentar mudanças… Seu perfume alterou-se. Sua cor escureceu. Suas pétalas enrugaram. Todas as tentativas para reavivá-la foram em vão. Na manhã seguinte, a rosa estava morta!

Sentindo-se culpada pela ingratidão, a jovem princesa chorou tardiamente arrependida, pois percebera que seu egoísmo fora o causador de sua própria infelicidade. Ao longe, o “Mago em seu reino oculto”, observa com atenção o aprendizado oferecido à jovem princesa.”   

É meu amigo leitor, muitas vezes acreditamos que guardando só para nós as coisas boas da vida estamos preservando nossa felicidade. Seja na retenção do conhecimento, das informações privilegiadas, das vantagens financeiras, dos bens materiais, ou simples nos atos do dia-a-dia.  Até que um belo dia, quando acordamos para a realidade, descobrimos que nosso conhecimento já está obsoleto, que nossas fontes de informações já estão desatualizadas, que nossas vantagens financeiras eram apenas passageiras e se dissiparam com o tempo, que nossos bens materiais perderam o prazo de validade, e principalmente que nosso egoísmo do dia-a-dia, nos deixou sozinhos, pois não compartilhamos o que tínhamos de melhor com  outras pessoas, para que um dia, mesmo que de longe, possamos compartilhar de seus sucessos e conquistas.   Um abraço do Klaue!         

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