Enxaqueca: fatores desencadeantes e tratamentos

Dra. Cristiane de Camargo e Silva

A enxaqueca é umas das principais causas de falta ao trabalho em adultos jovens. A Organização Mundial de Saúde estima que até 20% das pessoas sofram de enxaqueca.

Mas o que é enxaqueca? É um tipo de dor de cabeça (cefaleia) que normalmente se manifesta de um lado só, latejante, com intolerância à luz e sons, náuseas e vômitos e pode vir precedida por manifestações visuais e/ou de sensibilidade, como flashes de luz ou formigamentos conhecidos como aura da enxaqueca.

A dor costuma ser intensa podendo atrapalhar a vida social, familiar e ser incapacitante ao ponto de causar faltas ao trabalho.

A enxaqueca é mais frequente em adultos jovens, mas pode iniciar durante a adolescência e em alguns casos até na infância. As mulheres sofrem mais com a enxaqueca que os homens, devido os fatores hormonais. A incidência da enxaqueca aumenta entre parentes de primeiro grau dos indivíduos com a doença em 50% a 90% dos casos, e acredita-se que 80% dos casos tenham natureza genética.

As mulheres que sofrem de enxaqueca com aura, especialmente as fumantes que fazem uso de pílulas anticoncepcionais com estrogênio, têm risco aumentado de sofrer acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

Apesar de não ser aplicável a todos os pacientes, o consumo de alguns alimentos pode desencadear crises de enxaqueca, como: queijos amarelos, vinho, chocolate e produtos com conservante. Caso o sintoma seja percebido, é preciso evitar o alimento. Outros fatores desencadeantes são: os emocionais (ansiedade e depressão), os distúrbios do sono, ingesta alcoólica, jejum prolongado, estímulos olfativos e/ou luminosos intensos, tensão muscular no pescoço e menstruação.

O diagnóstico de enxaqueca é clínico, os exames de imagem como a tomografia e ressonância de crânio são normais. É fundamental a avaliação com médico neurologista para definição do diagnóstico e tratamento adequado.

O tratamento sintomático é realizado nas crises de enxaqueca com analgésicos, anti-inflamatórios e medicamentos específicos para enxaqueca como os vasoconstritores cerebrais. Já o tratamento profilático deve ser realizado com o objetivo de evitar as crises e pode ser realizado com medicamentos de uso contínuo como antidepressivos e anticonvulsivantes, anticorpos monoclonais injetáveis ou medidas não farmacológicas como: acupuntura, fisioterapia, exercícios físicos, yoga e mudanças de comportamentos para evitar fatores desencadeantes.

Dra. Cristiane de Camargo e Silva, médica Neurologista, cooperada da Unimed Chapecó e coordenadora da unidade AVC do HRO

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