Quando um mestre dos “segredos das noites” se movimenta, o mundo se movimenta

Eduardo Klaue

Quando me perguntam, por que algumas pessoas estão sempre reclamando da vida, insatisfeitas com o que possuem, detestando onde moram, maldizendo o emprego ou a falta dele, falando mal dos amigos e procurando sempre mostrar que são mais do que realmente são, respondo; – Porque elas não vivem a sua vida, mas sim a vida dos outros. Não buscam a felicidade no fundo da alma, mas sim no consumismo compulsivo que os leva a ilusão de que com isto possam satisfazer seu “ego-stilusaparentis” .  

É claro que passamos uma vida toda trabalhando e merecemos a conquista de nossa satisfação pessoal, e com ela o conforto e o lazer que o dinheiro pode comprar. O que não podemos fazer, é acreditar que somente poderemos ser bem aceitos em determinado meio, se pudermos mostrar a todos o que temos, e fazer com que estes pertences tenham maior valor do que nós.

 É isto mesmo, quando damos a nossos filhos um tênis de marca, um celular do último tipo, uma camiseta da melhor grife ou até mesmo um carro ou moto, precisamos observar se não estão sendo usados apenas como uma fachada para acobertar um sentimento de fracasso e inferioridade. Neste caso, os jovens usam estes artefatos para se sentirem importantes, mas no fundo podem estar apenas retardando o aparecimento de um sério problema que alimentam. 

Meu amigo leitor, se as pessoas o aceitam em um determinado grupo, somente pelo que tem ou aparenta ter, este grupo não serve para você. Saia correndo dele, pois pode ser sua ruína. Principalmente se você está fazendo grandes sacrifícios financeiros para se manter nele, um dia isto pode acabar com você… Fatos como estes vêm corroendo aos poucos a sociedade “civilizada” sem que muitos percebam, ou não queiram perceber.  

Na realidade, não é a quantidade de dinheiro, de amigos ou de pertences que possuímos que nos trará a felicidade, mas sim a satisfação que sentimos com nós mesmos. É olhar no espelho e agradecer a Deus por temos o suficiente de tudo.  E isto dinheiro algum jamais poderá comprar.

  Como conta a história que recebi de um aprendiz, e que agora me veio a mente…”Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.

Um dia, um Mago que estava passando por aquelas terras, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca. Como Mago, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudara as sagradas escrituras, nem levara uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.

Afinal, ele, como Mago, havia renunciado a todos os bens da Terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em constante tormento. E o rei era virtuoso e amado por todos.

Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu: – Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo. Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.

O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: – Você conseguiu ver todas as minhas riquezas? O sábio, que ainda estava tremendo porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu: – Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e nada notei.

Com o olhar tranquilo, o rei contou o seu segredo: – Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam. Tenho a consciência de que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não com o que possuo.

            Então o rei disse para o sábio, que pegasse todo o ouro que pudesse carregar. O sábio dirigiu-se até a mesa e apanhou apenas dois pedaços de pão, uma cesta de frutas, uma garrafa de mel e disse: – Isto é o suficiente para mim.”

            Sofrer pela falta é compreensível, peso excesso não. Pessoas não podem se sentir menores do que os objetos que utilizam. Nas noites estreladas, ao longe, um brilho novo se apresenta… Um Mestre conhecido se movimenta.

  A ilusão atrasa a vida do homem, até que ele um dia acorda!

 Nossas saudações: “Movit Tomov, Serai Kapusca Ien”.

Eduardo Klaue é conselheiro pessoal de líderes empresarias, todos já realizados profissionalmente.   

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