Trevo existencial
Juarez Alvarenga
A vida nos apresenta vários caminhos. E o deslocamento é uma atitude personalista.
Todos nós, em qualquer faixa etária da existência, encontramos num trevo.
Criar várias saídas, para um único objetivo que é a felicidade é a receita.
O trevo da juventude é o mais emblemático. Primeiro, aparece o caminho dos sonhos. Não conseguimos reter sobre nossas próprias rédeas e adaptar aos objetivos reais. Depois, vem o caminho das descobertas. Embrionariamente, começamos a ter visão, apesar de distorcida da realidade, que nos cerca.
E, finalmente, o caminho da super valorização, de que sozinho, podemos dar outra trajetória ao mundo. Com o conhecimento, de principiante, nos colocamos acima da mecânica natural do universo.
Vem a maturidade. Diminuímos os ímpetos instintivos e aumentamos as decisões aprendidas no choque com a existência.
O trevo desta idade, é o primeiro a andar em caminhos já desconhecidos. Sabemos onde estão os obstáculos, e, mais do que isto, como retirar da estrada.
O segundo caminho são os desafios. Aumentamos sua quantidade, porque acreditamos nesta fase, mais em nós do que nos outros. Praticamos atitudes sensatas, como instrumentos de validade permanente.
E, finalmente, o terceiro e o ultimo trevo.
Nesta fase fechamos algumas estradas. Abrimos a primeira com polidez de quem passou pela vida e soube, com calmaria, enfrentar suas agruras.
Entramos firmemente que o maior significado nesta fase é a colheita daquilo que plantamos, para a humanidade. Na maturidade, a colheita é para nós e na velhice é para o arquiteto do universo.
Neste ciclo vivencial, no momento de nosso testamento existencial, cabe a nós aproveitar todos os caminhos andados.
Fixo com prioridade, o da maturidade, pois é neste que mim encontro.
Este trevo é empolgante e produtivo. Nossa personalidade é lapidada, nos contornos existenciais fazendo de nossa vida uma obra prima.
Compreendemos, que dentro da mecânica do mundo somos somente uma peça. E nossa unidade é inserida no todo. Perdemos a arrogância da singularidade. Para adaptar organicamente no todo.
Se seus trevos não existem, cabe a você ser um bandeirante. Desbravar com a força da juventude, pavimentar com o bom senso da maturidade e percorrer com a paciência da velhice.
Se estivermos na fase do operário, com forças mirabolantes, capazes ainda de ampliar horizontes, sem dúvida nenhuma, a vida nos dará seus superlativos que valorizamos
É melhor com o decorrer da existência ter trevos e locomover do que estagnar na espera, que o mundo fabrique suas estradas.
Aprender, que o caminho mais extasiante, é aquele que nos leva a nós. Devemos sempre tirar lição e corrigir os defeitos, ampliando, constantemente os horizontes. Caminhar, com desenvoltura, e colocar uma placa de contra mão, alertando que o maior perigo, é que no trevo de nossa existência, não exista uma estrada, que nos leva a nós mesmos.
Juarez Alvarenga é advogado e escritor
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