Vamos para onde vai nossa atenção

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Eduardo Klaue

            Muitas vezes fico imaginando, como seria o mundo se todas as pessoas, procurassem realmente por uma vida melhor, mais alegre, simples, mais solidária e tranqüila. Mudando os focos negativos para positivos. Isto mesmo, meu amigo leitor, focando na “vida que você pediu a Deus”.

Procure imaginar detalhadamente a vida de seus sonhos…Como seria? Como você, seus amigos, e as pessoas que você ama estariam? Onde, fazendo o quê, e de que forma?

Sei que você pode estar se perguntando neste momento: – Será que ele não sabe que precisamos atender nossos problemas do dia-a-dia e não temos tempo para estas coisas? Falar é fácil, difícil é fazer. A vida é dura para quem tem que sustentar uma família, filhos na escola, mercado, impostos. Ah, e sem falar nas filas dos bancos, no sistema de saúde, nos baixos salários… E outras coisas mais.

É claro que eu não discordo destas dificuldades, mas é a forma com que encaramos isto que me deixa preocupado.  Parece que algumas pessoas focam toda a sua atenção para determinadas coisas deixando todas as demais de lado.

O importante é ver as coisas de uma forma global, e aproveitar cada uma delas na busca da felicidade, como conta uma antiga história que passo a narrar agora… “Há muito tempo, em uma terra muito distante, havia um jovem rapaz, filho de um rico mercador, que buscava obstinadamente o segredo da felicidade. Já havia viajado por muitos reinos, falado com muitos sábios, sem, no entanto, desvendar tal questão.

Um dia, após longa viagem pelo deserto, chegou a um belo castelo no alto de uma montanha. Lá vivia um sábio, que o rapaz ansiava conhecer. Ao entrar em uma sala, viu uma atividade intensa. Mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves. De longe ele avistou o sábio, que conversava calmamente com todos os que o buscavam.

O jovem precisou esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido. O sábio ouviu-o com atenção, mas lhe disse com serenidade que naquele momento não poderia explicar-lhe qual era o segredo da felicidade. Sugeriu que o rapaz desse um passeio pelo palácio e voltasse dali a duas horas.

– Entretanto, quero pedir-lhe um favor: enquanto estiver caminhando, carregue essa colher sem deixar o óleo derramar. Completou o sábio, entregando-lhe uma colher de chá, na qual pingou duas gotas do óleo da vida plena.

            O rapaz pôs-se a subir e a descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao fim de duas horas, retornou à presença do sábio: – E então, você viu as tapeçarias da Pérsia que estão na sala de jantar?  Viu o jardim que levou dez anos para ser cultivado? Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca? Perguntou o sábio com um ar de curiosidade.

O rapaz, envergonhado, confessou não ter visto nada. Sua única preocupação havia sido não derramar as gotas de óleo que o sábio lhe havia confiado. Então lhe disse o sábio novamente: – Teu trajeto foi perdido, assim, volte e tente perceber as belezas que adornam minha casa.

Já mais tranqüilo, o rapaz pegou a colher com as duas gotas de óleo e voltou a percorrer o palácio, dessa vez reparando em todas as obras de arte. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, atentando a todos os detalhes possíveis. De volta à presença do sábio, relatou pormenorizadamente tudo o que vira.

Após ouvi-lo atentamente, perguntou o velho sábio: – Muito bem, vejo que teu passeio foi prazeroso, mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado, ficando assim, triste e pensativo. O sábio colocou a mão em seu ombro e disse: – Este, meu rapaz, é o único conselho que tenho para lhe dar, pois o segredo da felicidade está em saber admirar as maravilhas do mundo, sem nunca esquecer de cuidar de sua própria vida, representada aqui pelas duas gotas de óleo na colher. Saiba que você tem o poder de dirigir seus caminhos para onde maior for sua atenção, e é justamente para lá que o destino lhe enviará”.

Lembre-se meu amigo leitor, que o viajante precisa vislumbrar o caminho tanto quanto necessita cuidar das sandálias que o levarão até lá. As dificuldades e as oportunidades estão sempre presas uma a outra, cabendo a  nós escolher qual delas libertar. 

A hora já chegou, e um lindo projeto se inicia. Assim, eu, você e muitos outros amigos que se importam com a melhoria de qualidade de vida das pessoas, estaremos finalmente nos encontrando.

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