Saia da gaiola que o prende…veja o mundo do tamanho que ele é

0 2

Tenho visto tantas pessoas com um potencial incrível, mas que estão presas a um mundinho tão minúsculo e insignificante que no dia em que precisarem ou puderem sair dele, de tão limitadas mentalmente que estão, poderão ficar paralisadas frente ao mundo que às rodeia. 

Vamos falar a verdade… Não existe coisa mais chata do que conversar com pessoas que somente sabem falar de um determinado assunto. Pode até ser que para o seu grupo de convívio, isto pareça de vital importância, mas para os que estão de fora, fica uma coisa muito maçante e sem importância. Veja o exemplo de grupos de pessoas que trabalham juntas em repartições ou em empresas, que quando fazem um jantar, uma festa, ou simplesmente uma rodada de chimarrão, trazem para o meio, todos os problemas e discussões do seu trabalho. É como se só existisse o mundo lá de dentro, quando sabemos que o de fora é muito maior e cheio de acontecimentos. E isto aos poucos torna-se um vício.

Vejam que esta limitação mental pode trazer, e geralmente traz, limitações profundas tanto em nossa vida familiar e social quanto profissional. Como ocorreu com o protagonista desta história que recebi de um colaborador e repasso a vocês agora.  

 “Diz a lenda que o zoológico de Denver estava muito interessado em adquirir um urso polar. O diretor do zoológico naquela época, um velho senhor de cabelos grisalhos e grandes barbas brancas, tinha uma queda por ursos polares. Ele sempre admirara seus corpos grandes e musculosos, e respeitara a inteligência primordial que ele sentia demonstrarem em seus movimentos lentos, mas elegantes e pelo que ele via em seus olhos penetrantes.

Acima de tudo, entretanto, ele gostava de sua longa e densa pele de puro branco, que o lembravam das madeixas que adornavam seu próprio rosto. Por causa desta especial afinidade que ele sentia pelos ursos, o diretor decidiu que os ursos polares do Zoológico de Denver deveriam ter as maiores e mais naturalísticas jaulas dentre todos os animais do zôo. Assim ele pôs seus projetistas, engenheiros e operários para trabalhar na construção de um cercado tão grande e naturalístico em sua representação do esplendor da região ártica, que iria superar em arte e valor as jaulas de qualquer um dos maiores e mais famosos zoológicos do mundo.

A construção do cercado do urso polar andava pela metade, quando foi oferecido ao diretor um bom negócio de um dos mais bonitos ursos polares que até então vira. De fato, ao inspecionar o animal, o diretor quase achou que fitava um espelho, quando olhou dentro dos olhos do bruto e este, balançando para frente e para trás, devolveu o olhar fixo do diretor.

Como bons negócios com ursos polares não aparecem todo dia (e ainda mais o de um exemplar tão magnífico), o diretor decidiu ir em frente e comprar o urso, mesmo com o cercado apenas parcialmente construído. O urso foi sedado e quando acordou estava em uma pequena jaula feita com grossas barras de metal, colocada bem no meio do gigantesco cercado naturalístico ainda em obras. Ele permaneceria na jaula menor até que a estrutura maior estivesse pronta.

O pequeno cercado era grande apenas o suficiente para que o urso polar desse quatro passos de bom tamanho antes de dar de cara com as frias barras de metal. Nada mais tendo a fazer enquanto residia na pequena jaula, o urso logo desenvolveu um hábito de caminhar pelo minúsculo ambiente. Ele dava quatro passos numa direção, empinava sobre as patas traseiras para lentamente girar 180 graus, e dava quatro passos na direção oposta antes de empinar lentamente, levantar as patas dianteiras e fazer a volta. Durante todo o dia o urso caminhava vagarosamente para frente e para trás na sua jaula, atentamente observando os operários que trabalhavam no imenso cercado em volta.

Finalmente, após meses de trabalho duro, os operários do zoológico terminaram a nova casa do urso polar. O urso foi novamente sedado e a pequena jaula de metal que fora o mundo do urso por tantos meses foi removida.

 O diretor quase podia sentir a excitação que certamente estava sendo construída no peito do urso enquanto se preparava para explorar seu belo ambiente natural. Mas foi grande a decepção quando assistiu ao urso dar quatro lentos, mas resolutos passos antes de empinar as patas dianteiras ao ar, e se virar para dar quatro passos na outra direção, empinando novamente… . Ele estava preso por si mesmo” .  

E você, já parou para pensar se em muitos momentos de sua vida não deixou que o grande “homem” que está aí dentro, ficasse preso por uma forma limitada de ver o mundo?

Um abraço fraterno do Klaue!

Eduardo Klaue é Conselheiro Pessoal de Líderes Empresariais em Todo o Brasil, Sócio nas Empresas “Klaue & Cia – Consulting”, e “Klaue Corretora de Seguros”.

E-mail : [email protected]

Deixe um comentário