A imprensa de luto

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O fim de semana foi de profunda tristeza para a imprensa paranaense. Morreram o jornalista Júlio César Fernandes, em Cascavel, e Franklin Silva, em Maringá. Cada um em sua área de atuação, cada um do seu jeito, contribuiu para o crescimento da imprensa paranaense, regional na raiz.

Frank Silva foi um dos fundadores da Associação dos Jornais Diários do Interior do Paraná (ADI-PR) e, aos 78 anos, morreu após ter passado por uma cirurgia para remover um câncer do intestino grosso. Ainda internado, veio a falecer devido a uma parada cardiorespiratória. Membro atuante, sempre à frente do seu tempo, foi pioneiro da imprensa de Maringá, com destaque para a fundação do grupo O Diário, cujo jornal impresso era uma referência dentro do Estado do Paraná e uma força descomunal na Região Norte.

Júlio César Fernandes era a essência do jornalismo. Respirava a informação e se alimentava do conteúdo sempre afiado que produzia. Foi um dos grandes professores de gerações inteiras do jornalismo em Cascavel e região. Sofri há pelo menos dois anos de uma doença cerebral, acentuada após um AVC que deixou sequelas terríveis numa das mentes mais privilegiadas que o jornalismo regional já conheceu.

Ambos eram ousados, abusados. Ambos eram jornalistas na essência ou, como se diz hoje em dia, raiz, daqueles de se arrepiar ao vê-los em ação. Jornalistas que quase não existem mais…dinossauros de uma época dourada onde a imprensa recebia o respeito devido e não existiam tantos ‘pseudo jornalistas’ que mancham a imagem de uma profissão que se orgulha de ter tido nomes como Frank Silva e Júlio César Fernandes.

Os dois deixarão uma lacuna gigantesca na imprensa, afinal, estrelas dessa grandeza quando se apagam são difíceis de serem encontradas semelhantes, até porque não eram apenas grandes profissionais, eram seres humanos fantásticos que, como qualquer outro, tinham seus defeitos, entretanto, suas qualidades superavam as eventuais deficiências. Pessoas de temperamento indomável, mas de um coração gigante, na mesma proporção da qualidade do trabalho que desempenharam por décadas, ajudando a construir a imagem de uma imprensa de qualidade como é a do Paraná. Descansem em paz e que de onde estiverem, sigam produzindo boas notícias!

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