A redução de UTIs

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Na semana passada o Governo do Estado sinalizou a redução de 24 para apenas 8 os leitos de Unidade de Terapia Intensiva de adultos para tratamento de pacientes com Covid-19 no Hospital Bom Jesus. A decisão é coerente com o atual momento vivido neste momento dentro do Estado do Paraná, reduzindo o custo de manutenção bancado quase exclusivamente pelo governo. A decisão adotada em Toledo tem sido repetida em todas as demais regionais de saúde. O estranho é o fato de um hospital menor, atendendo uma população menor, mesmo não sendo o hospital referência da Regional receber mais leitos de UTI Covid adulto que Toledo.

O hospital em questão é o Beneficente Moacir Micheletto, em Assis Chateaubriand. Não se trata de retirar por completo os leitos daquela unidade e repassá-los ao Bom Jesus, pois quando se fala em saúde pública é preciso pensar sempre em ampliar serviços e não em reduzi-los. Entretanto, o lógico seria manter um número maior de leitos num hospital maior e que atende uma população maior. Não apenas isso, pois a estrutura de atendimento das duas unidades é muito diferente, tendo hoje o Bom Jesus uma condição de atendimento mais completa do que o Moacir Micheletto, ainda em maturação de sua estrutura.

Estranha ainda o silêncio completo por parte dos representantes da Prefeitura de Toledo quanto a esse fato. Ninguém veio a público pelo menos questionar uma decisão tomada sem, aparentemente, um critério técnico. Não se trata de defender o hospital em si, mas toda a população, afinal, caso não haja vagas de internação em Toledo um paciente desta microrregião precisaria se deslocar até Assis Chateaubriand para ser assistido. O custo certamente será bem maior do que manter mais unidades em Toledo.

Após tantos anos de esforço para melhorar a condição de atendimento dentro do Hospital Bom Jesus, resultado do esforço coletivo da sociedade de Toledo que abraçou esta causa por reconhecer a importância deste hospital para a estrutura de saúde pública, chega a ser triste observar uma eventual decisão política não receber qualquer tipo de defesa por parte de gestores públicos.