A dor que não queremos sentir

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Este mês temos cores intensas e importantes para serem conversadas. Hoje falaremos do Setembro Amarelo. É uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. O objetivo principal é alertar a população sobre a realidade do suicídio e a importância de um diálogo aberto e empático sobre o tema. Esse mês também é um chamado urgente para a ação, um lembrete de que a saúde mental é um tema de todos e para todos, e que o silêncio e o estigma precisam ser quebrados.

O tema ainda é tratado como um tabu, o que dificulta que as pessoas que sofrem busquem ajuda e para os familiares que passam por isso também.

Essa é uma situação que se precisa olhar para os dois lados: daquele que precisa de ajuda para evitar o suicídio e da família que sobre tanto por tentar auxiliar ou por já ter perdido um ente.

O combate ao suicídio não é responsabilidade apenas de profissionais da saúde. Ele começa com a empatia e a compaixão de cada um. É sobre ouvir sem julgar, sobre observar os sinais de sofrimento em amigos, familiares e colegas, e sobre encorajar a busca por ajuda especializada. É sobre criar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para falar sobre suas dores sem medo de serem invalidadas ou estigmatizadas.

O Setembro Amarelo nos lembra que a saúde mental não é um luxo, mas uma necessidade básica. Cuidar dela é tão importante quanto cuidar da saúde física. E, para que isso aconteça, precisamos desmistificar a ideia de que buscar ajuda psicológica é sinal de fraqueza. Pelo contrário, é um ato de coragem e amor-próprio.

E quando ocorre o pior, a perda de um familiar já é uma das experiências mais dolorosas que alguém pode enfrentar. Quando essa perda é causada por suicídio, a dor é acompanhada por um fardo adicional: o luto complexo, a culpa, a vergonha e a busca incessante por respostas que talvez nunca venham. Nesses momentos, a empatia se torna fundamental. No entanto, é precisamente nesse cenário que a empatia pode se mostrar mais desafiadora.

A maioria das pessoas não sabe como reagir diante de uma família que perdeu alguém por suicídio. A falta de jeito, o medo de dizer a coisa errada levam a uma série de atitudes que, mesmo com boa intenção, podem machucar. O luto é um processo longo e complexo. O apoio não deve durar apenas nos primeiros dias. Mantenha contato, chame para um café, e lembre a pessoa de que você está lá para ela, não importa quanto tempo passe. Não existem palavras mágicas nesses momentos, existe apenas amor, respeito e honestidade.

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