Ao mestre, com carinho!

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O título já diz tudo, vamos falar da comemoração deste dia especial, dia dos professores. A data convida a contemplar a profissão que, mais do que técnica, é uma sublime arte: a arte de transformar vidas através do conhecimento. Há, na figura do professor, uma alquimia que toca o sublime, algo que, para além da ciência e da didática, beira o puro romance.
Podemos dizer que na relação aluno e professor há um laço invisível que junta esse encontro transformador. É a narrativa silenciosa que se desenrola entre quem ensina e quem aprende. Pense bem: cada um de nós carrega a memória vívida daquele mestre que “mudou a nossa vida”, que acendeu uma luz onde havia escuridão, que nos fez sentir capazes de alcançar o inatingível.
O professor é o primeiro poeta de muitos, o filósofo que ensina a dúvida, o matemático que desvenda a ordem do universo e o historiador que costura o passado ao presente. São a ponte por onde transitam as ideias mais importantes da humanidade, o mediador que, com empatia e paixão, nos convida a duvidar, a questionar e a construir a nossa própria autonomia.
Existe uma profunda beleza no ato de partilhar o saber. É um gesto de generosidade desmedida, um ato de fé no potencial do outro. Quando um professor dedica horas a preparar uma aula, a corrigir um trabalho ou a ouvir uma angústia, ele está, essencialmente, fazendo um voto: o voto de que o amanhã será melhor, mais justo e mais inteligente. É um investimento no futuro, tecido com a paciência do artesão e a paixão de um coração enamorado.
Contudo, este “romance” educacional vive em tempos de provação. A celebração do 15 de Outubro, com suas homenagens merecidas, não deve nos permitir esquecer a necessidade urgente de dar sustentação a essa paixão. Salários dignos, infraestrutura adequada e respeito à sua autoridade em sala de aula não são favores; são algumas das necessidades que garantem que essas virtudes não se diluam. A desvalorização é a frieza que ameaça congelar o calor da vocação.
Que o Dia do Professor, portanto, seja um momento de reflexão profunda. Que lembremos que o professor não é apenas um transmissor de conteúdo, mas um arquivista de sonhos e um agente de esperança. Que a gratidão que sentimos por aquele que nos ensinou a ler se converta em uma demanda cívica: a de garantir que o ato de ensinar seja digno, reconhecido e eternamente valorizado. Pois, afinal, o legado de um professor é a imortalidade que reside na mente e no coração de cada aluno que ele tocou.