Não julgue, ouça

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No podcast Algo a Mais de ontem (17) falávamos sobre o Setembro Amarelo e a importância de validar todos os sentimentos das pessoas. O que pode ser pequeno para um, pode ser o martírio do outro e o quanto os julgamentos alheios interferem nas decisões e na vida principalmente de quem já está fragilizado emocionalmente, pode ser um fardo difícil de carregar. Nossas palavras e opiniões, mesmo que bem-intencionadas, podem se tornar gatilhos para dor e insegurança. Por isso, é válido refletir sobre a forma como nos comunicamos e exercitar a empatia.

Um comentário aparentemente inofensivo como “você deveria ser mais forte” ou “eu, no seu lugar, faria diferente” pode minar a autoconfiança de alguém que está lutando. Quando nos colocamos em uma posição de superioridade moral ou de conhecimento, desconsideramos a complexidade da situação do outro. O que é fácil para nós pode ser um desafio monumental para outra pessoa, dadas suas experiências, traumas e circunstâncias de vida. O julgamento se torna um gatilho porque reforça a ideia de que a pessoa está falhando ou que sua dor não é válida, aumentando o peso da culpa e da vergonha.

Vivemos em uma sociedade que valoriza a opinião sincera. No entanto, a sinceridade sem empatia é uma forma de crueldade. Antes de oferecer um conselho ou um ponto de vista, é fundamental perguntar a si mesmo: “Essa minha fala vai ajudar ou machucar?” A verdade é que nem toda opinião precisa ser compartilhada. A maioria das pessoas em sofrimento não busca um juiz, mas sim um ouvinte. Elas precisam de um espaço seguro para expressar suas emoções sem a ameaça de serem avaliadas.

O cuidado com o julgamento é um ato de responsabilidade social e empatia. Ao nos tornarmos mais conscientes de como nossas palavras podem afetar os outros, contribuímos para a construção de um ambiente mais acolhedor e menos hostil. A gentileza começa com a reflexão e a decisão de priorizar o bem-estar do próximo acima da necessidade de ter razão.

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