Exemplos

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Como explicar para uma criança que algo não é mais feito com frequência porque seus pais já não o fazem e isso é uma forma de exemplo? Pois bem, tivemos numa escola essa semana para falarmos com os pequenos sobre o que é jornalismo e como fazer um jornal. As crianças, com seus 9 anos, estavam de olhos e ouvidos atentos a tudo, curiosos, questionadores. E surgiu uma pergunta: “por que as pessoas não leem mais jornal impresso?”

Nos pegamos numa situação delicada: como explicar que as pessoas foram induzidas a acharem que só porque existem sites de notícias não há mais a necessidade de se consumir outros meios de comunicação? Todos os meios de comunicação são válidos e importantes e isso abre uma brecha grande de reflexão.

Vivemos em uma era onde a informação é instantânea e predominantemente digital. No entanto, o papel da leitura de materiais físicos, como livros e jornais, por parte dos adultos continua sendo um pilar fundamental na formação das crianças. Mais do que uma simples atividade, a leitura se transforma em um ato de exemplo, uma demonstração silenciosa de que o conhecimento e a reflexão têm um lugar de destaque em nossas vidas.

Para uma criança, a imitação é a principal forma de aprendizado. Se um adulto está constantemente com o rosto inclinado para a tela de um celular, a criança internaliza que essa é a norma. Por outro lado, se ela vê seus pais ou cuidadores folheando as páginas de um livro, manuseando um jornal e se perdendo em uma história ou notícia, a leitura passa a ser associada a algo valioso, um hábito prazeroso e enriquecedor.

A leitura de livros e jornais físicos também estimula um tipo de concentração diferente daquela exigida pelas mídias digitais. O cheiro do papel, a textura das páginas, o ato de virar cada folha, tudo isso contribui para uma experiência sensorial completa que a tecnologia ainda não consegue replicar. E isso não é saudosismo, é sensorial. Além disso, a leitura de um material físico desliga o adulto das constantes notificações e interrupções, mostrando à criança que é possível dedicar tempo a uma única atividade sem a distração incessante do mundo digital.

Nesse sentido, a leitura física não é apenas sobre o conteúdo que está sendo absorvido, mas sobre a mensagem que está sendo transmitida. É um convite para a imaginação, um exercício de paciência e um lembrete de que o mundo, com suas histórias e notícias, pode ser explorado e compreendido de forma profunda e significativa. Ao nos tornarmos leitores, não apenas enriquecemos a nós mesmos, mas também plantamos as sementes da curiosidade e do conhecimento nas gerações futuras.

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