Caminhos escolhidos pelos outros

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Vamos achando normal e depois colhemos os frutos, vamos achando que temos que nos adaptar e depois percebemos que não há volta para determinadas influências. Vivemos em uma era de saturação visual. Entre o café da manhã e o repouso noturno, somos atravessados por milhares de estímulos publicitários. No entanto, o aspecto mais fascinante — e, por vezes, inquietante — da propaganda não é o seu volume, mas a sua influência silenciosa. Ela não apenas sugere o que comprar; ela molda o que desejamos ser, estabelece padrões de beleza, define o que é sucesso e, sutilmente, altera o tecido cultural de uma geração.

A propaganda moderna deixou de ser apenas um anúncio para se tornar parte do nosso ecossistema digital e emocional. Ela utiliza algoritmos para sussurrar em nossos ouvidos no momento exato da vulnerabilidade ou da necessidade. É nesse cenário de onipresença que a figura do publicitário ganha uma responsabilidade cívica que vai muito além do cumprimento de metas de vendas.

Quando a linha entre a persuasão e a manipulação se torna tênue, a ética não deve ser vista como um obstáculo à criatividade, mas como o seu alicerce. O publicitário ético compreende que as promessas vazias e letras miúdas corroem a confiança, o ativo mais valioso de qualquer marca, anúncios que reforçam preconceitos ou exploram inseguranças humanas podem gerar lucros imediatos, mas deixam cicatrizes sociais profundas e que o público é o fim, não apenas o meio, pois tratar o consumidor com respeito significa reconhecer sua inteligência e sua autonomia.

Não podemos ignorar que a publicidade também possui um imenso potencial para o bem. Ela tem o poder de educar, de dar voz a causas urgentes e de promover comportamentos saudáveis. Por isso, a ética profissional não é um conceito abstrato; ela é uma escolha diária feita em agências e departamentos de marketing.

Nos dá a sensação de que para todos os lados que olhamos estamos sempre sendo “atacados” por um determinado assunto ao qual nos faz pensar e refletir e o pior, definir um lado. Nada mais é neutro, nem o básico é neutro, nem aquilo que crescemos usando e consumindo é neutro, para todos os lados parece que se a empresa, indústria ou afins não tomar um lado para sim, ela está errada. Está bem estranha essa postura adotada pelos publicitários.

O que dá pra desejar no momento é que a “voz silenciosa” das campanhas que circulam nestas páginas e nas telas seja sempre pautada pela honestidade. O mercado pode flutuar, mas a credibilidade, uma vez perdida, raramente encontra o caminho de volta.

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