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A chegada da Black Friday é um marcador anual que inquestionavelmente movimenta a economia nacional, injetando uma dose de urgência e liquidez no varejo em um período delicado. A tese que se pode analisar é que o evento é potencialmente mais benéfico do que prejudicial, desde que os agentes — consumidores, empresas e o próprio governo — assumam o custo da Responsabilidade Social. Sem a vigilância contra o consumo irresponsável e o apoio ao varejo local, a liquidez de hoje pode se converter na instabilidade de amanhã.
É inegável o papel da Black Friday como motor de vendas, ajudando empresas a liquidar estoques parados e a projetar receitas para o final do ano. Este impulso é vital, especialmente para setores que dependem do capital de giro rápido. No entanto, o otimismo precisa ser temperado pela cautela em relação ao endividamento familiar.
Não é a promoção em si que é perigosa, mas a ausência de planejamento financeiro. O papel social das grandes plataformas e dos bancos neste momento é de grande valia: devem garantir a transparência dos descontos e educar, ativamente, o consumidor sobre o uso responsável do crédito. O cidadão, por sua vez, deve priorizar a aquisição de bens duráveis ou necessários, aproveitando a data como um instrumento de poupança e não como uma licença para o gasto impulsivo.
O desafio mais agudo, porém, reside na pressão sobre o pequeno varejo local. O e-commerce domina o volume, forçando o comerciante de bairro a uma competição desigual. Nossa responsabilidade, como sociedade, é praticar o Consumo Seletivo. O cidadão que se beneficia das grandes ofertas online deve, simultaneamente, fazer um esforço para investir em pequenos negócios regionais. Comprar na Black Friday deve ser um ato de inteligência econômica, mas também de lealdade à sua comunidade.
A Black Friday, portanto, é um espelho de nossa maturidade econômica. É uma oportunidade fantástica de estimular a economia, mas exige que a impulsividade seja substituída pela consciência.
