O julgamento de Moro

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Deverá ter sequência nesta quarta-feira (3) o julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná sobre a possível cassação do senador Sérgio Moro, acusado de abuso do poder econômico antes do período eleitoral. São duas ações movidas pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) e pelo Partido Liberal (PL). O relator no TRE-PR, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, entendeu que as acusações não procedem e que o cargo conquistado por Moro no Senado deve ser mantido.

O desembargador classificou como “frágeis” as provas apresentadas pela acusação ao longo do processo. O segundo desembargador a votar, José Rodrigo Sade, pediu vista, ou seja, mais tempo para analisar o caso, que volta a ser julgado nesta quarta. Moro não fez nada de diferente do que qualquer outro candidato. A diferença estava nos holofotes, assim como com o ex-procurador Deltan Dalagnol, eleito deputado federal pelo mesmo Paraná e depois sumariamente cassado.

O que Moro e Deltan fizeram foi mexer com estruturas muito sólidas de corrupção, de engodos, acordos e propinas. Mexeram num vespeiro que até hoje reverbera. O julgamento de ambos não passa de perseguição. E não apenas política! É uma perseguição que ultrapassa os limites da política e envolve o direito de qualquer cidadão.

Além disso, fosse a Justiça Eleitoral agir com ‘ferro e fogo’, certamente restariam pouquíssimos candidatos aptos a disputarem qualquer eleição no Brasil. Abuso de poder econômico é algo tão comum quanto candidatos laranjas ou partidos de aluguel num sistema onde se privilegia a pessoa e não a ideologia que ela defende ou a qual partido ela esteja filiada. Basta observar a atual janela partidária para se notar que ideologias não passam de discurso.

Como explicar, por exemplo, tantas mudanças em Toledo mesmo. Nem é necessário ir longe para perceber o tal abuso de poder, seja ele econômico ou não.

Talvez Moro mereça realmente ser julgado por outras questões, até morais, entretanto, ele não agiu diferente do que qualquer outro candidato concorrendo ao cargo de senador, governador, deputado, prefeito ou vereador. A campanha de 2024, como já dito em outras oportunidades, está a pleno vapor e só não enxerga isso quem realmente não quiser.

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