O preço da água

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A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná (Agepar) homologou o reajuste anual de 9,62% nas tarifas da Sanepar, a partir de 31 de outubro – começando a vigorar em 1º de novembro. O último reajuste tarifário ocorreu há 18 meses, em abril de 2019. O reajuste repõe custos da Sanepar com energia elétrica, pessoal, produtos químicos nos tratamentos de água e de esgoto, manutenção e operação de redes, estações e equipamentos e faz frente aos investimentos da companhia.

O último pedido de reajuste foi encaminhado à Agepar há seis meses, em fevereiro deste ano, e deveria ter sido homologado em abril com entrada em vigor a partir de maio. Porém, em abril, para ajudar a enfrentar as dificuldades econômicas causadas pela pandemia do Covid-19, os reajustes tarifários dos serviços regulados no Estado foram suspensos pela Agepar por 60 dias. Esta determinação foi prorrogada por mais 60 dias, encerrando em 17 de agosto de 2020.

Evidente que, num período como esse, em que as contas nem sempre estão fechando no fim do mês, falar em reajuste soa como heresia. De qualquer forma, é o preço a se pagar pela água que, no caso do Paraná, anda cada vez mais escassa. Para se ter uma ideia da crise hídrica pela qual o estado passa, na Região Metropolitana de Curitiba o rodízio irá pelo menos até 4 de setembro. Isso se as chuvas voltarem ao normal nos próximos dias. Recentemente Cascavel passou pelo mesmo problema e em Toledo só não foi necessário justamente pelos investimentos feitos pela estatal a fim de elevar – em muitos milhões de litros – a capacidade de armazenamento.

E investimentos em infraestrutura custam. E precisam ser pagos. E o pagamento vem através das contas de água. Se a água anda escassa, o consumo cai e a conta sobe. A matemática é simples. Não há outra forma de diluir o valor que cada cidadão precisa pagar para ter uma água de qualidade 24 horas por dia, sete dias por semana. Para quem acha o valor alto, basta comparar com as cidades onde o serviço de água e esgoto é municipal ou então com outros estados onde a maioria das cidades sequer tem mínimas condições de tratamento de esgoto ou de uma captação segura de água.

A conta vai subir e quem sabe não seja o gatilho necessário para despertar nas pessoas a necessidade de se economizar água, afinal, cada um paga pelo que consome.

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