O preço das coisas

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Não precisa ser nenhum expert em economia para perceber a diminuição do poder de compra do trabalhador. Não se trata de nenhum discurso ideológico ou partidário, mas sim a constatação de quem precisa ir ao supermercado ou abastecer o carro e sente no bolso o efeito de uma inflação que não para de subir. Como mostra reportagem na edição de hoje, alguns produtos estão suscetíveis a fatores externos, enquanto outros oscilam por questões mais próximas. É o caso da carne, óleo de soja, açúcar, o próprio combustível, entre tantos outros itens que integram a nossa cesta básica da sobrevivência.

Como revela o estudo da Unioeste, o valor mínimo em Toledo hoje deveria ser de aproximadamente R$ 4 mil, ou seja, bem abaixo do valor real pago no país.

Mas há outros fatores que impactam nessa conta que nunca fecha direito para o cidadão comum, que depende exclusivamente do seu salário para pagar as contas e abastecer sua família. Impostos, taxas, burocracia, corrupção, desvio de verbas, super salários para determinados setores públicos, enfim, tantos e tantos ‘adereços’ que compõem o Custo Brasil e a sociedade não percebe ou faz de conta não perceber por estar uma boa parcela sendo beneficiada.

E não será nenhum salvador a tirar a pátria deste berço esplêndido no qual está há séculos enclausurada. Seja de direita ou de esquerda, de cima ou de baixo, do centro ou fora dele. O Brasil só sairá dessa situação quando houver a consciência de que é preciso – e possível – existir uma nação mais sólida e equilibrada quando houver mais oportunidades das pessoas empreenderem e crescerem.

Os bolsas disso ou daquilo, embora sejam necessárias por um período, mantidas por uma longa temporada causam a falsa ilusão de estar tudo bem, quando na verdade essa política tem levado o país à bancarrota, aliada, claro, a todos os aspectos citados anteriormente e que devastam o dinheiro público. Não se trata de falta de dinheiro, mas sim da mais absoluta má administração. E isso não de agora!

O preço das coisas é muito maior que aquele divulgado nas etiquetas ou códigos de barra. Não existe almoço grátis e, enquanto o cidadão brasileiro não perceber isso, seguirá sendo ludibriado com promessas vazias e contas mais cheias.