Preocupação com as contas

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Quase todos os prefeitos ouvidos pelo JORNAL DO OESTE estão preocupados com as contas públicas daqui por diante em função da queda na arrecadação das respectivas administrações. No caso específico de Toledo essa conta chegará a aproximadamente R$ 20 milhões, de acordo com levantamento feito pela gestão. O valor é bastante expressivo e não representa apenas um número, mas sim ações que poderão deixar de ser realizadas em função do dinheiro mais curto.

O valor que será repassado pelo Governo Federal vai ajudar, sem dúvida, entretanto, não será suficiente para suprir aquilo que se deixou de arrecadar neste período, algo que não está sendo levado em conta em nenhuma conta feita. Esse levantamento é difícil de ser feito porque a arrecadação é uma previsão, muito suscetível ao humor do cidadão, do consumidor e também, claro, dos empresários que sentiram um impacto muito intenso nos últimos meses, em especial por causa da queda de vendas no Dia das Mães.

A preocupação dos prefeitos se justifica porque há implicações legais até o fim do ano, em especial com pagamentos a servidores e fornecedores e quem não se organizou ao longo dos últimos anos certamente enfrentará dificuldades sérias para fechar as contas. Nestes municípios onde não houve essa organização certamente o impacto será mais sentido, especialmente nas ações públicas, haja vista o setor privado estar naturalmente atordoado e se recuperando da pancada sofrida com o coronavírus e os impactos na economia.

Entretanto, em momentos assim é preciso a lideranças públicas terem responsabilidade e não sair por aí espalhando dados que não podem ser comprovados, como aconteceu esta semana em Toledo, onde se comentou na sessão da Câmara Municipal que o índice de desemprego chegaria aos 40%, algo não confirmado por nenhum dos institutos oficiais. Infelizmente a demagogia eleitoreira e a ganância politiqueira muitas vezes ultrapassam os limites da decência no campo do jogo político brasileiro e tentam dominar um cenário cada vez menos inclinado a sucumbir a este tipo de rompante, até porque há preocupações maiores neste momento.

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