Vidas (negras, brancas, pardas…) importam

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Esta semana o mundo esportivo nos Estados Unidos parou. Ligas poderosas como a NBA, MLB, WNBA e até a Major League Soccer viram atletas se recusarem a entrar em quadra. Outras modalidades, como o tênis e o golfe, por exemplo, também demonstraram apoio aos protestos antirracistas, motivados por mais um episódio de racismo nos EUA. No último domingo, Jacob Blake, um homem negro, foi alvejado com sete tiros nas costas por policiais no Estado de Wisconsin. A cena foi filmada e as imagens geraram rápida repercussão mundial nos últimos dias.

Antes o Estados Unidos havia entrado em convulsão por outro caso de imensa repercussão, quando George Floyd foi morto também por policiais brancos na cidade de norte-americana de Minneapolis em 26 de maio deste ano. Casos assim acontecem com frequência na Terra do Tio Sam e, quase sempre, com movimentos intensos, entretanto, nenhum tinha atingido tamanha envergadura ao paralisar as competições esportivas profissionais da forma como aconteceu nesta semana.

Os atletas da NBA, por exemplo, têm entrado em quadra com palavras ou frases em seus uniformes alertando sobre a questão racial nos Estados Unidos. A mais comum é “vidas negras importam”. Não apenas as negras, mas as brancas, pardas e sejam elas de quaisquer cores, afinal, a vida importa, seja ele de quem for.

No Brasil a realidade não é lá muito diferente, entretanto, ao invés de enfrentar o problema de peito aberto, o governo prefere adotar medidas de cotas raciais que, no fundo, acabam sendo discriminatórias e, de certa forma, ajudam a acirrar as diferenças. Ao invés de oportunizar chances iguais aos cidadãos, mais fácil é nivelar por baixo e adotar o discurso oportunista do ‘coitadismo’ oficial.

Por aqui, ao invés de se enfrentarem os problemas, lideranças se escondem e se omitem. Defendem mudanças sem apresentarem propostas minimamente decentes e se aproveitam do silêncio de uma sociedade hipócrita e covarde em geral que prefere transferir sempre a responsabilidade aos outros sendo que ela própria poderia pressionar para algo de diferente acontecer, afinal, as vidas importam.

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