Mauro Picini Moda e Estilo 28/07/2020

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Venda online X Venda de balcão

O comerciante Cristiano de Andrade Pires é proprietário das farmácias Drogafarto em Rio Pomba e Tabuleiro, no estado de Minas Gerais. Neste tempo de pandemia, viu crescer os pedidos de medicamentos e cuidados com a saúde em quase 100%. Em poucos dias ele chegou a vender 1.200 máscaras em uma de suas farmácias em Rio Pomba, município de pouco mais de 20 mil habitantes. “É um número muito expressivo para uma cidade pequena. A procura por esse e outros itens essenciais tem sido enorme nos últimos tempos”, comenta.
Segundo Cristiano, outro dado interessante é que produtos classificados como B e C, por exemplo, como vitaminas, migraram para a categoria A, devido ao aumento pela busca dos consumidores. “Os clientes estão mais atentos com a saúde nesse período de Coronavírus, logo estão consumindo mais vitaminas para manterem a saúde em dia. Nunca antes tinha visto isso”, comenta.
Na rede de farmácias Usifarma localizadas nos municípios de Caçador, Fraiburgo e Campos Novos, em Santa Catarina, a venda em e-commerce é bastante tímida, pois faz pouco tempo que as estratégias digitais começaram a ser aplicadas. No entanto, o que chama a atenção é o comportamento das pessoas que vão até os estabelecimentos para efetuarem suas compras. “As pessoas chegam até as farmácias todas com máscara e realizam suas compras de forma mais objetiva e em menor tempo possível, para evitarem aglomerações desnecessárias”, explica a supervisora da Rede Usifarma, Kelly Cavichiolli.
Ela relata que como as vendas por e-commerce ainda estão começando na rede, a opção em investir em campanhas de marketing tem sido estratégica. “Pretendemos expandir os negócios e atingir o público de outras regiões e estados com a venda nos meios online. Estamos nos preparando com a ajuda da MyPharma para disseminar a nossa rede de farmácias e alavancar as vendas”, finaliza.

Mais do Google Trends
Outros produtos mais buscados, segundo a ferramenta, entre os dias 15 de março e 15 de maio:
– Segmento de comidas e bebidas: gim (tipo de bebida destilada), rodízio mexicano, pizza de frigideira;
– Casa e bens pessoais: escova secadora, pantufa, celular moto G8 plus, robô aspirador;
– Saúde e beleza: cloroquina, máscara N95, gummy hair (vitaminas para o cabelo), antisséptico e álcool 70%

 

Cooperação e Solidariedade x Irresponsabilidade e Egoísmo

O ano de 2020 reservou um grande e dolorido desafio para o mercado da alimentação fora do lar: superar os efeitos devastadores do coronavírus. Nos últimos meses, participamos de diversas reuniões com o poder público, discutimos inúmeros tópicos relacionados ao novo vírus com os nossos associados, lançamos manifestos e materiais de apoio e, principalmente, buscamos maneiras de contribuir para que os bares e restaurantes paranaenses consigam se manter vivos durante e após a pandemia. Afinal, neste momento o cooperativismo e a solidariedade são as melhores saídas para o nosso segmento.  
Como uma associação democrática, aceitamos as escolhas de cada um, apoiando o desenvolvimento de seus negócios, seja com salões abertos ao público ou por meio dos serviços alternativos que estão em evidência no atual momento, como delivery e take away. Cabe a nós como entidade apoiar os bares e restaurantes em suas escolhas responsáveis. Logicamente, não deixamos de incentivar e destacar a importância do cumprimento das medidas de segurança indicadas pelos órgãos públicos, dando total apoio e suporte dentro das leis e das boas práticas. 
Desta forma, não podemos compactuar com empresários, associados ou não, que parecem desconhecer que ações contrárias às normas estabelecidas com tanto custo para reabrir os bares e restaurantes, denigrem a imagem de todos os seus colegas de ramo perante a opinião pública. Além de manifestar irresponsabilidade com a comunidade na prevenção da Covid-19, denotam um egoísmo em tudo prejudicial aos esforços que todos temos empreendido para manter o setor minimamente ativo. 
Sabemos, é claro, das grandes dificuldades econômicas que apenas começamos a enfrentar. Sabemos também das várias teses sobre a pandemia que vão desde aqueles que a negam até os arautos do apocalipse, mas nada pode justificar atitudes tão danosas. Mesmo sabendo que é um pequeníssimo número o de estabelecimentos que têm desrespeitado as normas, acordos e protocolos estabelecidos pela Prefeitura de Curitiba, a ABRASEL – PR se une a outras entidades e à comunidade no sentimento de repúdio ao acontecido no último final de semana na capital paranaense. 
Por vermos com clareza que temos uma esmagadora maioria de empresários responsáveis, inteligentes e capazes, temos certeza de que daqui poucos meses veremos negócios reformulados se destacando pela excelência de sempre potencializada por novas formas de atuar e soluções até então inimagináveis para muitas pessoas. Vamos superar essa batalha juntos. Com cooperação e solidariedade, sem irresponsabilidade e egoísmo, sairemos dessa pandemia fortalecidos como classe perante a comunidade e, ainda mais importante, como seres humanos.  

Nelson Goulart Jr. 
Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Paraná (ABRASEL – PR), entidade que representa mais de 50 mil negócios paranaenses

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