“Saiba mais…” LIVRO DOS ESPÍRITOS – LIVRO II – CAPÍTULO VII – Da volta do Espírito à vida corporal.

Simpatias e antipatias
Os Espíritos cultivam entre si a simpatia geral determinada por suas próprias semelhanças, mas há, além dessa simpatia de caráter geral, as afeições particulares, tal como se dá entre os homens. Essa afeição particular decorre do princípio de afinidade, que resulta de uma perfeita concordância de seus pendores e instintos. Desde que originada de verdadeira simpatia, a afeição que dois seres se consagram na Terra continua a existir no mundo espiritual.
Segundo o Espiritismo, é da discórdia que nascem todos os males humanos, e da concórdia resulta a completa felicidade. É preciso, pois, que nos esforcemos por viver harmoniosamente com os nossos familiares, colegas e companheiros de trabalho. Pois a maldade não é um estado permanente dos homens. Ela decorre de uma imperfeição temporária. Assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará um indivíduo melhor.
Só a manifestação de amor de nossa parte pode quebrar o círculo vicioso do ódio, e o período mais propício a esse esforço é, sem dúvida, quando estamos juntos dos nossos inimigos, convivendo com eles, na condição de encarnados ou desencarnados, pois é quando temos as melhores oportunidades de testemunhar nossos propósitos de cultivar a concórdia para com todos e, dessa forma, substituir os laços de ódio que nos ligam pelos laços de amor que passarão a nos unir.
O Livro dos Espíritos – Simpatias e antipatias terrenas.
386. Podem dois seres que se conheceram e estimaram encontrar-se noutra existência corporal e reconhecer-se?
“Reconhecer-se, não. Podem, porém, sentir-se atraídos um para o outro. E, frequentemente, diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Um do outro dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atração dos dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.”
a) – Não lhes seria mais agradável reconhecerem-se?
“Nem sempre. A recordação das passadas existências teria inconvenientes maiores do que imaginais. Depois de mortos, reconhecer-se-ão e saberão que tempo passaram juntos.” (392.)
387. A simpatia tem sempre por princípio um anterior conhecimento?
“Não. Dois Espíritos que se harmonizem atraem-se naturalmente um ao outro, sem que se tenham conhecido como homens.”
388. Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas, e que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de uma certa relação de simpatia?
“Entre os seres pensantes há ligações que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”
389. E a repulsão instintiva que se experimenta à primeira vista por algumas pessoas, donde se origina?
“São Espíritos antipáticos que se adivinham e reconhecem, sem se falarem.”