Com índice de infestação de 3,4%, Toledo corre risco de epidemia de dengue

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O verão é caracterizado pela época de chuvas curtas e altas temperaturas. E essa combinação promove o ambiente ideal para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue. Todos os anos, uma força tarefa se intensifica neste período para evitar o aumento de casos da dengue.

No começo do ano também é realizado o primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LirAa), que aponta os riscos e norteia as ações de combate ao mosquito. Em Toledo, o primeiro levantamento do ano, realizado pelo Setor de Controle e Combate às Endemias, aconteceu nos dias 2 e 3.

Cerca de 80 agentes de combate a endemias (ACEs) visitaram aproximadamente 1.800 imóveis de todos os bairros da cidade. O índice de infestação predial (IIP) médio foi de 3,4%, acima do preconizado pelo Ministério da Saúde que é de 1%.

Esse índice é abaixo do LiraA anterior (em novembro de 2023, 4,6%), porém mais alto que o realizado nesta mesma época do ano passado (2,4%). Para a coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian König, esse recente levantamento acende uma alerta para uma epidemia no município.

“Há dois anos estamos tentando de todas as formas reduzir esse índice com várias ações, Ecopontos, campanhas de orientação nas escolas e empresas, mas precisamos que a população tome mais cuidado”.

DADOS – Os bairros que registraram os cincos maiores IIP do primeiro LirAa de 2024 foram: Jardim da Mata (15%), Rossoni II (14,28%), Gisela I (13,33%), Tancredo I (10,34%) e Porto Alegre I (10,25%). Desde o início do atual ano epidemiológico, em 1º de agosto de 2023, o município já confirmou 40 casos (todos autóctones) e ainda há 67 dos 525 pacientes notificados aguardando resultado, o qual deu negativo ou inconclusivo em 418 oportunidades.

Com o resultado do LirAa, a partir da próxima semana os agentes de endemias vão trabalhar nas localidades com maior índice de infestação.

“Nesta semana nós intensificamos o trabalho nas comunidades do interior, e também vamos atuar nesses locais críticos na sede. Precisamos que a população entenda que o problema do mosquito ainda é domiciliar. Das 1.800 visitas que foram feitas no LirAa, em um único terreno baldio que foram achadas larvas, o restante foram nas residências em vasos de plantas, lixo doméstico, entre outros locais. Identificamos que a população tem o conhecimento, mas ela não se atenha a isso e não tem esse cuidado necessário para evitar a proliferação do mosquito”, pontua Lilian.

CICLO – O ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti é interessante. Os ovos do inseto podem permanecer em ambientes secos por mais de um ano. Quando entram em contato com a água, dão continuidade ao ciclo de vida que inclui as fases de larva, pupa e adulto, quando ele é capaz de voar e transmitir os vírus. Do ovo à fase adulta, o ciclo de desenvolvimento do Aedes aegypti leva de sete a dez dias. Por isso, a intervenção semanal pode interromper esse processo e diminuir significativamente a incidência da doença.

Cada fêmea pode colocar até 1.500 ovos, por isso é importante vistoriar a casa e o quintal constantemente, procurando todo e qualquer local que acumule água e possa ser usado para reprodução do vetor. Qualquer recipiente que acumule água parada pode se tornar um foco em potencial para a reprodução do Aedes aegypti.

“Por isso é fundamental que a população faça com mais frequência uma varredura no seu quintal. Eu sempre falo que o Setor de Endemias só vai ficar mais aliviado quando atingirmos menos de 1% do que é o preconizado pelo Ministério da Saúde”, enfatiza a coordenadora ao complementar que a luta contra a dengue é de todos. “Nossa equipe é treinada para orientar a população sobre a doença e como evitar. Temos trabalhado muito para que a população entenda os riscos que ela corre com a dengue. Por isso é fundamental a participação de todos contra o mosquito”, finaliza Lilian.

Com informações da Assessoria*

*Da Redação

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