Compartilhar experiências e incentivar a socialização resumem os Jogos Paradesportivos

Os destinos de Mylena Adriely de Paulo Quadros, Ronaldo Scariot e Raquel Kohler Cerutti são escritos a cada novo dia. Apesar de terem vidas e histórias diferentes, seus caminhos se cruzaram em torno de uma linda iniciativa. Em comum, os três são paratletas. Mylena e Ronaldo praticam bocha adaptada e Raquel atletismo. Juntos, os jogadores cheios de entusiasmo compartilharam suas experiências e apresentaram as suas modalidades esportivas aos estudantes dos terceiros, quartos e quintos anos da Escola Municipal Carlos Friedrich, em Toledo.

Empoderados, os jogadores apesar de parecerem completamente distintos, se integram para dar maior visibilidade à importância da prática física e suas consequências, como a socialização. O atleta da modalidade bocha adaptada, Ronaldo Scariot, representa Toledo em competições oficiais; ele contou a sua história de superação e demonstrou a prática da modalidade.

“São dez anos que luto por esse esporte e, atualmente, os resultados começam a ser observados, como a conquista de resultados em campeonatos conquistados. Estar com as crianças é algo mágico, pois elas são a futura geração. Apesar de não serem crianças especiais para jogarem essa modalidade, elas podem perceber que não existem limites entre as pessoas”.

Scariot comenta que ter essa vivência na escola é uma ‘porta que se abre’. “É bom para quem prática essa modalidade, pois leva o conhecimento das regras da bocha adaptada. “Continuaremos o nosso trabalho e sempre acreditando na conquista de um espaço”.

Mylena também pratica bocha adaptada. Para ela, contar a sua história é algo gratificante. “Uma oportunidade de me socializar e fazer novos amigos. Uma forma de incentivar que cada pessoa respeite a deficiência e o limite de alguém. Posso ser o que eu quiser, modelo ou cantora. Posso trabalhar e fazer tudo. O esporte é sinônimo de satisfação e de alegria”.

Já Raquel Kohler Cerutti é paratleta de atletismo. Parte de sua perna foi amputada em um acidente e, para ela, é uma satisfação passar esse conhecimento para as crianças. “Elas estão entendendo o que aconteceu comigo e, assim, consigo tornar mais comum o uso de uma prótese e os estudantes compreendem como a adaptação é realizada”, afirma Raquel ao complementar que está gostando muito do atletismo.

BENEFÍCIOS – A integração, a promoção do diálogo e o compartilhamento de conhecimento sobre a prática esportiva vivenciada no dia a dia de Ronaldo, Mylena e Raquel são objetivos dos Jogos Regionais Paradesportivos, em setembro. Essa atividade é uma parte do que será a programação. Outras escolas devem receber a vivência dos jogadores.

Os alunos foram distribuídos em grupos – Foto: Graciela Souza

Segundo a coordenadora do setor Esporte na Natureza, Esporte no Interior e Paradesporto da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel) Sandra Schossler, a proposta do Poder Público é ampliar a inclusão, a socialização e a prática esportiva na cidade. A diretora, Jocelaine Nascimento de Mattos, afirma que a Escola Carlos Friedrich é aberta a esse tipo de evento, porque os estudantes passam a ter uma visão diferenciada com relação à interação social com o outro.

Para Ryan Novaes Correia, Brenda Vitória Simsen e Evellyn Raissa Ribeiro – estudantes da Escola – as atividades e o bate-papo foram interessantes e divertidos. Os estudantes conheceram como cada modalidade é praticada e as superações de cada atleta. Também tiveram a oportunidade de praticar o esporte.

SOCIALIZAÇÃO – Conforme a professora Sandra, o jogador consegue se promover perante a sociedade por meio do esporte e, principalmente, compartilhar a sua experiência e incentivar outras pessoas a praticarem uma modalidade esportiva.

Os Jogos Regionais Paradesportivos visam fomentar a prática esportiva em um evento para reunir atletas de Toledo e do Oeste do Paraná. “Com essa competição, pretendemos inserir o cidadão na vida social, incentivá-lo a prática de uma atividade física e despertar o interesse em estar inserido em uma modalidade esportiva”.

Sandra salienta ainda que a competição é uma maneira de garantir a independência de cada jogador. A prova também é uma oportunidade para compartilhar experiências e fazer novos amigos.

A presidente da Associação Correr Toledo Rejane Michels destaca que a competição será um momento de integração e de motivação aos atletas que poderão competir, inclusive em outros jogos. “É uma maneira de movimentar o esporte paralímpico em Toledo e na região”.

A PROVA – As experiências poderão ser partilhadas em torno das modalidades: paratletismo, paraciclismo, bocha adaptada e parabadminton. Os jogadores serão divididos em duas categorias: iniciante e quem já possui a avaliação funcional.

Os Jogos Regionais Paradesportivos acontecem no dia 10 de setembro em Toledo. As partidas acontecem nos centros esportivos da cidade. As inscrições estão abertas e seguem até o dia 2 de setembro.

Equipes de Toledo, Cascavel, Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu e Assis Chateaubriand já confirmaram presença. As inscrições são gratuitas. Cada atleta receberá uma camiseta do evento e os classificados recebem medalhas e troféus.

Durante o evento, o projeto ‘Prática Esportiva e Treinamento para Pessoas com Deficiência’, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Ponta Grossa, com o professor Gilberto Martins Freire, estará assessorando na parte técnica e na realização dos jogos.

Os Jogos Regionais Paradesportivos são organizados pela Associação Correr Toledo – em parceria com o setor Esporte na Natureza, Esporte no Interior e Paradesporto da Smel e com patrocínio da Itaipu Binacional. A prova tem o apoio do Centro Integrado de Medicina Avançada do Oeste do Paraná (Cima) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp (45) 99805-2667.

Da Redação

TOLEDO

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