Condição climática interfere na produção de morango

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Da Redação

TOLEDO

Pequeno e saboroso; ele, geralmente, encanta as crianças pela sua beleza e dá um toque especial para as sobremesas e drinks, esse é o morango. Dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) mostram que o morango é destaque em produção em diversas regiões no Paraná.

Práticas sustentáveis, técnicas que aumentam a produtividade e muito cuidado com o produto final são recomendações seguidas pelos produtores. Em muitos momentos, mesmo seguindo as orientações, a produtividade de morango fica comprometida. Essa é a realidade na regional de Toledo e na região.

A condição climática é o principal fator de interferência no desenvolvimento da fruta. A produtora Jéssica Caroline Pellizzaro afirma que 2023 foi o pior ano de produção nos últimos 35 anos para o morango. “Conseguimos produzir razoavelmente em relação a outros produtores, porém não é possível comparar com 2022 quando tivemos uma boa produção”, destaca.

Em 2024, Jéssica explica que está sem produção (por enquanto), pois as mudas foram trocadas. Na última segunda-feira (8), elas completaram 30 dias de plantio. “O clima quente, seco e sem as características de inverno no ano passado prejudicaram a produção. Espero que seja diferente neste ano”.

Ela menciona que quando se trata de clima, na agricultura, a única estratégia é se ‘apegar’ a Deus e torcer para o clima colaborar. “Torcer para quem manda nos dar um bom clima para uma boa produção”, menciona Jéssica.

ANOS BONS – A propriedade do produtor Alexandre Spies está localizada em Vila Nova e ele tem o morango como atividade principal. “Nesta semana e na anterior, nós conseguimos colher um número maior de morango. Mas, as temperaturas elevadas prejudicam a produção”.

Atualmente, Alexandre está com três estufas grandes e com 15 mil plantas, sendo que seis mil estão em fase de produção e nove mil foram plantadas há 30 dias. Ele explica que os morangos plantados recentemente demoraram aproximadamente quatro meses para o início da produção.

“Na semana passada, eu colhi 70 quilos de morangos, mas já cheguei a tirar 300 quilos na semana. Naquela época, eram 11 mil plantas em produção. A minha estufa deveria produzir em média 100 quilos por semana, porém a condição climática ainda interfere. Estava muito quente e a planta não floresce; agora começa a alinhar”, salienta o produtor de Vila Nova.

POTENCIAL PRODUTIVO – O morangueiro é muito sensível a variações climáticas. Ele não suporta geadas, granizos e chuvas intensas. Além disso, temperaturas acima de 30°C inibem sua floração, inviabilizando a produção, o que ocasiona atraso e redução de todo o cultivo.

O engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) Rodrigo Alexandre Patel da Fonseca explica que as plantas não conseguem expressar o potencial produtivo devido a temperatura elevada. “O semestre anterior foi marcado por ondas de calor. O ideal é que a temperatura não ultrapasse, em média, os 22º C durante a frutificação”.

Outro fator destacado pelo profissional é que dias ensolarados e noites frias levam a produção dos melhores morangos. Na região Oeste, Fonseca pontua

que o produtor tenta melhorar a ambiência no interior do cultivo. “Ele realiza a aquisição de telas de sombreamento aluminizadas (Aluminet/Freshnet). Também investe em nebulizador de alta pressão”, relata o engenheiro agrônomo.

Fonseca cita ainda que a baixa produtividade limita a lucratividade do produtor. Com isso, nem todos optam pelo investimento. “Saímos da estação mais quente e a produção deve melhorar”, afirma o engenheiro agrônomo ao sugerir que o produtor deve analisar as possibilidades de investimentos e, preferencialmente, realiza-las antes do próximo verão.

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