Junho Violeta promove a conscientização da violência contra a pessoa idosa

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Neste mês, é realizada a campanha Junho Violeta, voltada à conscientização sobre a violência contra a pessoa idosa. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2011, a iniciativa promove ações que destacam a importância do acolhimento, da prevenção e do estímulo à denúncia sempre que houver suspeita ou confirmação de violação dos direitos dos idosos.

AÇÕES DESENVOLVIDAS – A diretora de Proteção Social Especial de Média Complexidade do Sistema Único de Assistência Social (Suas), Tatiana Stahl, participou de um bate-papo no podcast Conversa Oeste. No episódio, ela destacou as ações promovidas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) para reforçar a conscientização proposta pela campanha.

Diferente das edições anteriores, nas quais as orientações eram voltadas ao público idoso, neste ano foi realizada uma roda de conversa com os participantes do Projovem Adolescente, promovido pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

Tatiana explicou que a escolha por envolver os adolescentes no debate se deu pelo fato de, em muitos casos, eles serem cuidados por seus avós. “Eles perceberam que esta pessoa idosa que está dentro da sua casa, da sua comunidade e que está ali no entorno da sua vida, pode colaborar para identificar as situações de violação em que possa ter ocorrido, para então combatê-la.”

TIPOS DE VIOLÊNCIA – A diretora ressaltou que o tipo de violência mais comum é a negligência, tanto em âmbito municipal quanto estadual e nacional. “A negligência é a omissão ou o fato de não querer efetuar os cuidados necessários. Também tem a violência psicológica em que há o maltrato em casa, onde se fala de forma agressiva. Isso afeta o emocional de uma forma em que o idoso se isola cada vez mais e estes dois tipos de violência estão ligadas.”

A violência física, por sua vez, muitas vezes é identificada apenas quando o idoso procura um serviço de saúde e se sente seguro para relatar o ocorrido. Tatiana explicou que “há agressões físicas que não aparecem, como um beliscão, um aperto no braço ou aquele puxão. Eles não deixam sinais, então é mais difícil de descobrir.”

Outra forma recorrente de violação é a violência patrimonial ou financeira, que tem crescido nos últimos anos. “As pessoas se aproveitam da questão financeira e muitas vezes ficam com o cartão da aposentadoria ou do benefício, sem repassar para os idosos”, esclareceu.

Com o envelhecimento, surgem doenças, limitações físicas e, em alguns casos, o desenvolvimento de demência. Esses fatores tornam os idosos mais dependentes. Além disso, a mudança de rotina causada pela aposentadoria pode levar à depressão e ao isolamento, o que tende a agravar situações de agressão em diversos níveis, afetando a dinâmica familiar.

“Em geral, a população precisa se preparar melhor para atender essa pessoa idosa e vai acarretando cada vez em mais conflitos sim, porque a grande maioria dos conflitos e das situações de violação dos direitos acontecem em casa, por familiares próximos ou pela rede de apoio”, enfatizou Tatiana.

O diálogo entre os idosos e seus familiares sobre cuidados futuros e o planejamento para o envelhecimento pode fortalecer vínculos, prevenir agressões e contribuir para uma melhor qualidade de vida.

INCLUSÃO – A participação em atividades oferecidas pelo poder público é fundamental para compartilhar informações e identificar possíveis ciclos de violência. Além de evitar o isolamento social, essas ações auxiliam na prevenção.

Em Toledo, há dois Centros de Revitalização da Terceira Idade (Certi), localizados no Jardim Coopagro e na Vila Pioneiro. Além de promover o fortalecimento dos vínculos sociais, esses espaços contam com profissionais capacitados que podem identificar casos de violência e encaminhá-los ao Creas para os devidos atendimentos.

DENÚNCIAS – Nem sempre a violência é percebida por familiares próximos e, quando não identificada, pode se agravar com o tempo, culminando em situações mais graves. Porém, caso seja identificado, a denúncia é uma medida essencial. Ela pode ser feita de forma anônima pelos canais: 0800-141-0001 (canal estadual), Disque Denúncia 181 ou Disque 100.

Da Redação
Toledo

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