Conselho Tutelar apresenta dados de atendimentos durante Tribuna Livre

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O Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo encarregado para garantir os direitos e os deveres das crianças e dos adolescentes. Durante a Tribuna Livre na 39ª Sessão Ordinária, na última segunda-feira (10), o conselheiro tutelar, na unidade Conselho Tutelar II (Centro), Allan Junior, citou que a prioridade é a efetivação a saúde, a alimentação, a educação, a liberdade e a convivência familiar.

A conselheira tutelar na unidade Conselho Tutelar I (Vila Pioneiro), Naiara Galdino Camili também participou do momento e agradeceu o apoio pelo trabalho. Na oportunidade ela citou alguns dados dos atendimentos e do trabalho do órgão na gestão 2024/2027.

De janeiro de 2024 até agosto de 2025 foram 247 casos de violência física envolvendo crianças e adolescentes. No período foram 451 casos de violência psicológica e moral; 179 registros de violência sexual; 1.403 registros de negligência envolvendo casos de saúde, educação e higiene básica; 11 casos de trabalho infantil; 843 casos de evasão/infrequência escolar e 77 casos de drogradição. “Os casos de violência sexual que atendemos quase 100% são de familiares e pessoas que fazem parte da vida das crianças e adolescentes”.

Também foram realizados 144 registros de saúde; 64 registros de negligências de gestantes em relação ao pré-natal, demandas que chegam das Unidades básicas de Saúde do Ambulatório Materno Infantil (AMI).

“Recebemos demandas das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) quanto do AMI, Hospital Bom Jesus, Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) ou outra entidade que atenda a gestante. Geralmente as negligências com pré-natal envolvendo falta em consulta e falta de exames. Toda rede de proteção encaminha ao Conselho Tutelar a partir do momento que já foi feito um trabalho interno, quando os profissionais já realizam as orientações e conversas com as gestantes. Porém quando chega um nível em que a gestante não está seguindo a orientação médica, quando virou uma negligência ao pré-natal, então é encaminhado ao Conselho Tutelar”.

Sobre o ato infracional, que são os adolescentes que estão em conflito com a lei, até o momento há um total de 224 registros, sendo 43 do sexo feminino e 181 casos do sexo masculino. Ainda os registros apontam que são 61 menores de 16 anos e 163 casos de adolescentes maiores de 16 anos.

TRABALHO – Em relação ao relatório, o conselheiro tutelar Allan Junior comentou que atrás de cada número existe uma vida, há uma família, uma história e há direitos violados. “E o papel do Conselho Tutelar muitas vezes, infelizmente, pela própria população não é compreendido. Muitas vezes somos tachados como quem tira do pai e da mãe. Mas não compreendem que para haver uma medida tão dura é necessário porque a rede trabalhou, o Conselho Tutelar trabalhou, mas a família não aderiu. Essa é a última instância. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) cita que essa é a última medida. Só que muitas das vezes ela acontece”.

Na oportunidade, o conselheiro tutelar Allan Junior também falou que os integrantes do órgão são eleitos e escolhidos para resguardar os direitos das crianças e adolescentes da cidade. Ele também pediu apoio aos gestores públicos. “Nós somos eleitos pela população para resguardar e garantir os direitos de crianças e adolescentes do nosso município. Tivemos um diálogo com a gestão municipal e nós gostaríamos que a população e os poderes Executivo e Legislativo olhassem para nós. Nós não temos plano de saúde ou vale alimentação; precisamos de saúde para cuidar de quem precisa”.

Junior citou algumas situações preocupantes que a equipe enfrenta no dia a dia. “O Conselho Tutelar de Toledo achou uma faca do tamanho de uma folha dentro de uma privada. Era para esfaquear o conselheiro. Não temos um segurança para inibir. Somos perseguidos por quem não aceitou a atuação do conselheiro tutelar. Já fomos hostilizados no semáforo. O nosso grito hoje na Câmara é que precisamos de vocês, precisamos que a sociedade compreenda o nosso propósito. Um dos nossos papeis é fiscalizar as políticas públicas. E quando a gente fortalece a proteção básica, lá na frente não teremos uma alta complexidade”, enfatiza Allan Junior.

A conselheira tutelar Naiara Galdino Camili complementou que já foi apresentado um documento para prefeito Mario Costenaro e ao presidente da Câmara de Vereadores Gabriel Baierle com as demandas do órgão para melhorar a qualidade do serviço. “É um trabalho de 24 horas por dia enfrentando essas situações sem nenhum tipo de segurança, correndo riscos e temos família também. O nosso pedido é para olhar para nós e a nossa saúde mental. O nosso trabalho enquanto conselheiro tutelar não é julgar, é para resolver uma situação para não chegar em um ato infracional ou situação extrema”, conclui.

Da Redação

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