Consequências por não ministrar a vacina serão observadas em médio prazo, explica enfermeira

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Municípios de diversas regiões do Brasil enfrentam uma realidade preocupante na cobertura vacinal em crianças até um ano de idade. Esse cenário é registrado em Toledo. A meta vacinal entre 90 e 95% não foi atingida nas principais vacinas indicadas para crianças deste público-alvo, conforme aponta os dados do ano passado referente ao Programa Nacional de Imunizações.

O maior índice de cobertura na vacinação de rotina foi registrado para a vacina BCG, indicada contra a tuberculose e é normalmente administrada logo após o nascimento, estando incluída no calendário básico de vacinação da criança. Trata-se de uma doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial os pulmões. A meta de vacinação anual da BCG é 90% e 92,7% da população estimada de crianças foi imunizada em 2021.

Já o menor índice foi registrado para a penta (DTP, HIB, HEP.B), quando atingiu 85,3% no passado e a população estimada de crianças era de 95%. Essa vacina é indicada para prevenir a difteria, o tétano, a coqueluche e hepatite B.

A enfermeira da Vigilância Epidemiológica, Cleunice Sarturi, explica que em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as equipes de Saúde observaram diversos atrasos na busca pela vacinação. “Muitas mães, pais ou responsáveis sentiram medo de sair de suas residências, mesmo que fosse para vacinar as crianças”, afirma.

ESCOLHAS – Outro fator destacado pela enfermeira é o posicionamento do grupo anti-vacina. “As pessoas precisam acreditar que as vacinas protegem as crianças e elas são seguras”, pondera Cleunice ao complementar que o Brasil é erradicado da poliomielite e rubéola. Em 2018, um surto de sarampo aconteceu no País. “Ficar sem completar o esquema vacinal é uma situação preocupante, porque todas as doenças são infectocontagiosas e com alta transmissibilidade”.

Inclusive um dos documentos solicitados pelas escolas, Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) ou Colégios é o comprovante de vacinação da criança ou do adolescente. Cleunice esclarece que a instituição escolar não pode se negar a fazer a matrícula, caso o responsável não tenha o comprovante. Porém, ele terá 30 dias para entregar na Secretaria. “Caso contrário, a escola poderá comunicar o Conselho Tutelar, o qual realiza o andamento legal. É um direito da criança receber a vacina e é uma obrigatoriedade da família levar o menor até a UBS”.

REFLEXOS – As consequências por não completar o esquema vacinal da criança poderão ser observadas a médio prazo. A enfermeira esclarece que as crianças crescerão sem a proteção de cada vacina. “A população precisa compreender que a transmissão da doença acontece antes do aparecimento do sintoma”. Além disso, quando uma criança não é vacinada cria-se bolsões, ou seja, ‘buracos’ na comunidade de pessoas suscetíveis a enfermidade.

Outro fator mencionado pela enfermeira da Vigilância Epidemiológica é que a equipe sempre fez a busca ativa. “Os profissionais das Unidades Básicas em Saúde (UBSs) ligavam diariamente para as vacinas”. Cleunice enfatiza que existe a obrigatoriedade dos pais ou responsáveis levarem as crianças para vacinar. “São direitos da criança garantidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A enfermeira afirma que uma criança está, devidamente, imunizada quando atinge entre nove meses e um ano. Ela ainda cita como exemplo que a família ao realizar um passeio no exterior e, se por acaso, manter contato com alguém infectado, a criança pode adquirir a doença, porque não estará devidamente protegida. “Os pais devem ter consciência que são eles os responsáveis por colocarem seus filhos em risco”.

De acordo com Cleunice, o esquema de vacinação do Brasil é bem visto por diversos países, os quais optam por conhecê-lo devido ao seu confiabilidade. Exemplo a vacina contra a Covid-19. “Ela demonstrou uma diminuição dos agravos dos sintomas, dos internamentos e nos registros de óbitos. A vacina tem sido eficaz. As vacinas são importantes e seguras para qualquer faixa etária”, finaliza a enfermeira da Vigilância Epidemiológica.

Da Redação

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