Roda de conversa aborda sobre Setembro Amarelo

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Setembro é marcado por uma importante campanha de conscientização: o Setembro Amarelo, movimento dedicado à prevenção do suicídio e à valorização da vida. Em meio a essa mobilização nacional, um evento especial sobre saúde mental reuniu profissionais, acadêmicos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo e a comunidade na noite de segunda-feira (22) no anfiteatro da Universidade.

Com o tema “Sobre Viver, Sobreviver; Mesa redonda Viver, honrar e ressignificar: um ato de amor”, a iniciativa buscou reforçar a importância de falar abertamente sobre o tema, quebrar tabus e estimular ações que promovam bem-estar emocional e qualidade de vida. O evento foi promovido pela Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios.

A diretora administrativa e financeira da Câmara da Mulher Raquel Pedroso, explicou que o evento é realizado todos os anos, desde 2019 com a proposta de ajudar famílias e amigos que enfrentam a dor da perda de uma pessoa e também levar informação sobre a campanha do Setembro Amarelo. “Temos essa preocupação de levar conhecimento do que está acontecendo, do que pode acontecer, acender um alerta para que as pessoas vejam se alguma pessoa está precisando de ajuda, se um familiar ou um amigo”.

TABU – O psicólogo Rodrigo Bonetti participou da mesa redonda e enfatizou a importância de abordar esse tema não somente em setembro, mas durante o ano. “Hoje temos um marco bem importante já em janeiro com a ação do Janeiro Branco falando sobre saúde mental e em setembro passa a ser esse mês que falamos mais abertamente. E falar sobre essa temática ainda é um tabu, por isso precisamos ter esse contato”.

Ele citou que de 2023 para 2024 houve um aumento de 68% em afastamentos relacionados ao adoecimento mental. “Quando pensamos nisso, percebemos o quanto isso vem impactando e o recorte da organização é onde conseguimos ter mais controle. Então, se levarmos para aspectos familiares e sociais teremos um número ainda maior. Pontos que precisam ser refletidos e falar sobre essa temática nos possibilita ganhar consciência”.

O profissional lembrou que recentemente o país teve uma mudança voltada a NR 1 que fala sobre aspectos psicossociais. “Com essa mudança começa a ser pensado de forma estratégica a saúde mental agora e isso se reflete em dados muito importantes. O Brasil alcançando o primeiro lugar em número de ansiosos, o quinto quando se trata de depressão e Burnout. Então, são dados alarmantes, e o tamanho do alarme não é o tamanho do que conseguimos falar. Mas toda ação, ela vai sendo gradativa até que se ganha a sua devida proporção”.

Rodrigo Bonetti enfatizou que o assunto deve ser tratado e abordado com todas as faixas etárias. “Crivar em uma faixa etária é muito difícil. Nós temos desde crianças, adolescentes, adultos e idosos. A ausência de perspectiva de vida vem crescendo significativamente na população em geral. Então, é um assunto para falar para todos os públicos”, complementa.

APOIO – Teresinha Magnabosco é fundadora do Aconchego, Grupo de Apoio aos Depressivos e Seus Familiares e participou da mesa redonda. O início das atividades do grupo foi em 2015, mas desde 2014 Teresinha ‘levanta’ essa bandeira. Ela foi uma das primeiras pessoas a falar sobre o Setembro Amarelo em Toledo. “Comecei no meu ambiente de trabalho distribuindo fitinhas e, por infelicidade um colega debochou da ação. Mas nós não podemos julgar, nós precisamos acolher. Desde então, com o grupo Aconchego, eu tinha em mente que se pelo menos uma pessoa desistir de cometer um ato suicida, eu já ganhei a vida”.

A cada ano em palestras, roda de conversa e diálogos com pessoas, Teresinha falou que o assunto ganhou força. “Eu vejo que temos que falar no assunto, contar a experiência que eu passei, que é trágica, porque as pessoas compreendem melhor. Só quem vivencia sabe o quão é doído e como podemos acolher o outro”.

Raquel complementa que a finalidade do evento é ajudar o próximo. “O que nós queremos é que outras pessoas, que outra mãe, que outras famílias não passam o que nós passamos. É tentar ajudar essas pessoas”, conclui.

Da Redação

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