Cuidar dos animais: responsabilidade e afeto em ação

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Companheiros fiéis, eles estão sempre prontos para oferecer carinho sem pedir nada em troca. Seja com um olhar que conforta ou com a alegria estampada no rabo que balança, os chamados ‘amigos de quatro patas’ ocupam um lugar especial na vida de muitas pessoas. Para muitos eles são parte da família, capazes de transformar rotinas e fortalecer laços de afeto.

E esses animais precisam de cuidados que vão além de oferecer alimento e abrigo. Eles envolvem atenção, respeito e responsabilidade com a saúde física e emocional de cada espécie. Em um cenário onde os casos de abandono e maus-tratos ainda preocupam, iniciativas e exemplos de boas práticas mostram que é possível construir uma relação mais harmoniosa entre humanos e animais, garantindo bem-estar e qualidade de vida para todos.

Contudo, nem todo animalzinho tem a sorte de contar com um espaço adequado e tratamento digno. O abandono de animais ainda é uma realidade que, infelizmente, se repete em muitas cidades. Em Toledo, a Associação Focinhos Carentes de Toledo (Afocato), desde 23 de abril 2008 tem a missão de resgatar, tratar e encaminhar para adoção responsável os animais em situação de risco e incentivar a castração dos animais (machos e fêmeas), com o intuito de diminuir a superpopulação e o abandono.

“A Afocato, por ser pioneira em Toledo, sempre teve um olhar voltado para a questão da política pública em forma de conscientização da guarda responsável dos animais. Se a pessoa tem consciência e conhecimento de quais são os cuidados que precisa ter com os animais e entender que ela só vai ter um animal se tiver condição de cuidar, se tiver espaço, vacinação em dia, alimentação, cuidados com médico veterinário e a castração, a pessoa vai ter planejamento para ter esses animais”, comenta a presidente da instituição Maria Lúcia Gollmann.

Ela complementa que para entender o que leva o animal a ser abandonado ou maltratado, é preciso combater a causa para que esse animal não chegue a rua em forma de abandono. “A Afocato tem esse olhar que é necessário que tenha projetos e pensamentos para combater a causa”.

Lúcia pontua que a ONG tem trabalhado ativamente da construção da política pública para os animais entregando projetos para autoridades políticas que visam tratar a situação dos animais. Através dessa ação foram instituídos pelo município a Coordenação de Proteção Animal, o Código de Postura de Toledo, ações como a castração dos animais, atendimentos diversos, entre outros.

“ONG é voluntária e como voluntários fazemos esse trabalho em forma de amor aos animais, porque nós temos essa preocupação. A responsabilidade é do órgão público. Então, tendo em vista esse ativismo, nós estamos disponíveis sempre para auxiliar o Município nessa questão”.

TRABALHO – Dentro da ONG o trabalho das cuidadoras é totalmente voluntário e muito responsável. São recolhidos das ruas de Toledo animais atropelados, cadelas prenhes, filhotes e eles também são acompanhados pela ONG após a adoção para verificar se os critérios de adoção responsável são cumpridos.

A Afocato sobrevive com recursos de doação e voluntários que doam dinheiro e ajudam nos cuidados de proteção ao animal abandonado até o encontro de um novo lar. Lúcia enfatiza que a instituição nunca recebeu verba pública para o cuidado com os animais.

“Tudo que nós recebemos e o conseguimos é através dos eventos que nós fazemos, além de doação da população que é muito importante, porque os gastos são muito altos com medicação, ração, veterinário, ao mesmo tempo temos que limitar o atendimento porque não conseguimos pagar todas as despesas e todas as cuidadoras estão com casa cheia de animais”, conta.

O tempo que um animal fica com uma cuidadora até ser encaminhado para um novo lar é muito relativo. Os filhotes são doados mais rápido, animais de porte maior demora mais e ainda há animais que ficam sempre com as cuidadoras, porque estão em tratamento ou acompanhamento médico veterinário. Atualmente, a Afocato tem mais de 50 animais sob sua responsabilidade.

DESAFIO – Mesmo com tantas ações, projetos e o trabalho das cuidadora, Lucia cita que ainda há um grande desafio a ser vencido. O abandono aos animais, os maus-tratos e a procriação irresponsável continuam. As consequência dessas ações são vistas nas ruas da cidade.

“É preciso trabalhar a causa, para que esses animais não cheguem a rua. O maior desafio é mudar a concepção da população, propiciar a conscientização dos critérios para ter um animal de estimação em casa saudável e bem cuidado”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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